sábado, 23 de julho de 2011

Dez tecnologias que mudarão o mundo nesta década

Robôs substituindo pessoas, a internet ampliando sua capacidade de forma expressiva. Você sabe o que o futuro reserva?

IDG Now
Por Julie Bort, da Network World/US


Fonte: http://www.google.com.br/imghp

Da mesma forma que o poder computacional aumenta exponencialmente, o mesmo acontece com as mudanças em TI. Isso quer dizer que os próximos dez anos devem ser pautados por novidades tecnológicas muito mais intensamente do que nos últimos dez anos.

Tecnologia disruptiva é, por natureza, imprevisível, mas ainda é possível identificar os trabalhos que serão desenvolvidos nos laboratórios de P&D em todo o mundo e verificar o que o futuro reserva. Esse é o trabalho em tempo integral de Dave Evans, futurista-chefe da Cisco e tecnólogo-chefe da Cisco Internet Business Solutions Group (IBSG).

Evans lista a seguir o que acredita ser as dez principais tendências que vão mudar o mundo em dez anos.

1. A internet das coisas
A Cisco IBSG prevê que o número de coisas conectadas à internet vai chegar a 50 bilhões até 2020, o que equivale a mais de seis dispositivos para cada pessoa na Terra. Muitos de nós já temos três ou mais dispositivos, como PCs, smartphones, tablets e televisão, conectados em tempo integral na web. O próximo passo são as redes de sensores, que "coletam, transmitem, analisam e distribuem dados em grande escala", diz Evans.

Esses sensores, baseados em padrões como Zigbee, 6LoWPAN e Z-wave, já estão sendo usados de maneira surpreendente. O Zigbee está sendo incorporado em aparelhos inteligentes. Já o 6LoWPAN é usado pelo cientista norte-americano Vint Cerf para o sistema de monitoramento de clima de adega. O Z-Wave é a base para o serviço de automação inteligente residencial da Verizon.

Mais formas criativas estão surgindo. A Sparked, uma startup holandesa, está implantando sensores nas orelhas de gados para monitorar a saúde do animal e sua localização no pasto. Sensores estão sendo incorporados em sapatos, na medicina, nos inaladores para asma e em dispositivos médicos. Há até uma árvore na Suécia com sensores que tuitam (@connectedtree ou #ectree) sobre seu "humor e pensamentos", com a ajuda de "tradução" de um motor de interpretação desenvolvido pela Ericsson.

2. Não mais grandes dados, mas um zettaflood
Cerca de 5 exabytes de informações únicas foram criadas em 2008 – o equivalente a 1 bilhão de DVDs. Três anos depois estamos criando 1,2 de zettabytes (1ZT = 1.024 exabytes). "É o mesmo volume de dados que cada pessoa na Terra geraria ao twittar por cem anos, ou assistir durante 125 milhões de anos o seu programa de TV favorito de uma hora", diz Evans. Nosso amor pelo vídeo HD é responsável por grande parte desse aumento. A Cisco acredita que 91% dos dados na internet em 2015 serão vídeos.

Grande parte do foco de desenvolvimento da Cisco prega o chamado "zettaflood”, que exigirá que as redes sejam aprimoradas para que possam mover mais dados, e não deixar que o amor por vídeos acabe.

3. Tudo na nuvem
Grande parte do zettaflood de dados será armazenado na cloud. Certamente, a maior parte já está sendo acessada via nuvem. Em 2020, um terço de todos os dados estará ou passará para a nuvem, prevê a Cisco. A receita dos serviços globais em cloud vai saltar 20% ao ano, e os gastos de TI com inovação e computação em nuvem podem chegar a 1 trilhão de dólares em 2014.

Isso é suficiente para criar o próximo Google. "A nuvem já é poderosa o suficiente para nos ajudar a nos comunicar em tempo real por meio de tradução de idiomas, a aumentar nosso conhecimento de acesso a supercomputadores poderosos, como o Wolfram Alpha, e a melhorar a nossa saúde, utilizando plataformas de computação, como o novo Watson da IBM", diz Evans. "Somos capazes de nos comunicar de forma muito mais rica."

Além do vídeo, o poder de computação da nuvem entregue em dispositivos muda a nossa capacidade de nos comunicarmos em tempo real. Agora, a busca por voz em um telefone Android envia a consulta para a Google decifrar e retornar com os resultados buscados. "Vamos ver mais inteligência construída em comunicação, como informações contextuais e baseadas em localização".

Com um dispositivo sempre conectado, a rede pode passar informações de presença, identificar se uma pessoa está dormindo, e enviar uma chamada para a caixa postal. Ou saber ainda se a pessoa está viajando a 60 quilômetros por hora em um carro, e que aquele não é o momento adequado para realizar uma chamada em vídeo. É claro que, até lá, provavelmente vamos todos usar carros sem condutores e sermos livres para conversar enquanto nossos automóveis nos levam por aí.

4. A próxima internet
Para exemplificar como a rede melhorou nos últimos anos, ele cita a internet de sua casa. Segundo ele, o desempenho da sua rede aumentou 170 mil vezes desde 1990, quando tinha apenas uma conexão telnet.

Hoje, Evans tem uma conexão constante e mais de 50 Mbps de banda, suficiente para realizar telepresença, streaming de filmes e jogos on-line ao mesmo tempo. Nos próximos dez anos, ele espera que a velocidade da web em sua casa aumente 3 milhões de vezes.

Enquanto a maioria da indústria está focada em 40G e 100G, as novas formas de rede também estão sendo criadas. O cientista Cerf avalia os novos protocolos necessários para construir uma rede interplanetária, que pode enviar dados em grandes distâncias, sem esbarrar na latência.

Evans observa que redes multiterabit que usam lasers estão sendo exploradas. Um trabalho precoce nesse sentido está acontecendo em um conceito chamado "networking quantum", baseado na física quântica. Ele envolve "emaranhamento quântico", em que duas partículas estão entrelaçadas e que podem ser separados por qualquer distância. Quando uma é alterada, a outra também é.

5. O mundo ficou menor
Com conectividade o tempo todo, as redes sociais, por exemplo, têm o poder de mudar culturas, assim como vimos na recente "Primavera Árabe". Influências sociais continuarão a se mover rapidamente entre as culturas.

Um mundo com pouca distância, situação gerada pela expansão do virtual, também significa disseminação mais rápida da informação. "Tweets de pessoas no Japão durante o recente terremoto foram enviados para os seguidores antes mesmo de o Serviço Geológico dos EUA emitir o alerta de tsunami oficial para o Alasca, Washington, Oregon e Califórnia", diz Evans.

A captura, a difusão e o consumo de eventos estão mudando de "tempo recente" para "tempo real". Este, por sua vez, vai ter mais influência entre as culturas.

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