segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"País não pode desprezar as micro e pequenas", diz presidente do Sebrae

Presidente do Sebrae afirma que o Brasil precisa das micro e pequenas empresas para elevar o Produto Interno Bruto (PIB).

Por Beth Matias , Agência Sebrae

O governo federal deverá investir fortemente no desenvolvimento de projetos de inovação em setores que tornem a economia brasileira competitiva no cenário internacional nos próximos anos. Um dos segmentos beneficiados será o de micro e pequenas empresas, prevê o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto.

"As políticas de inovação não devem deixar de fora essas empresas. Nenhum país do mundo vai chegar à posição de 5ª economia mundial desprezando a importância econômica deste setor, que representa mais de 50% da mão de obra contratada, mas apenas 20% do nosso PIB, muito abaixo das médias em outros países".

Barretto participou na quarta-feira (3) do debate "Inovar para Competir", no 4º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, juntamente com os presidentes da Fiat, Cledorvino Belini, da Embraer, Frederico Curado, da Coteminas, Josué Gomes da Silva, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

O incentivo à inovação do governo, segundo Barretto, pode começar por áreas como a tecnologia da informação, onde há um grande espaço para o desenvolvimento dos pequenos negócios. "Estamos falando de um mundo sobre o qual não sabemos o que vai acontecer amanhã. Não sabemos que aparelhos vão estar disponíveis. Este é um tema que o Brasil deve pensar forte e há muito espaço para a micro e pequena empresa".

De acordo com o presidente do Sebrae, é preciso haver subsídio para as MPE como política de governo. "Tem que ter política de crédito, FINEP, BNDES, Sebrae, porque senão os pequenos negócios não acompanharão a política de industrialização".

Papel do Sebrae
Barretto também defendeu que a agenda industrial contemple uma política de mudança cultural pela inovação. "Como agregar valor, como ter uma agenda de oportunidades, onde centrar? Este é o esforço que o Sebrae está fazendo. Um grande esforço nos próximos três anos", frisou.

Ele citou programas mantidos pela instituição, como o Sebraetec e o Agente Local de Inovação (ALI). "Temos parcerias com a Finep e outras instituições com o objetivo de entrar com uma agenda na pequena empresa e dialogar com as grandes também".

O presidente do Sebrae lembra que é preciso também criar um ambiente legal favorável à inovação. Ele cita o exemplo do Simples, regime especial de tributação das MPE. "É um exemplo que, quando você melhora o ambiente legal, você avança. A inovação tem de fazer parte da agenda da micro e pequena empresa".

Barretto lembrou que o povo brasileiro é extremamente empreendedor. "Nós temos que desenvolver ainda mais a cultura do empreendedorismo. É preciso criar espaço para que o brasileiro possa se desenvolver. "Temos que reconhecer a força do brasileiro em lidar com crises e temos aqui grandes recursos para incentivar o empreendedorismo inovador".

Recursos
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que não faltará dinheiro aos diversos setores para inovar, mas cobrou das lideranças privadas participação no processo. "O governo pode criar soluções, pode ajudar. Não vai faltar dinheiro para a inovação. É um compromisso da presidente. Nós vamos apoiar as empresas a formar pessoas, o que for necessário. Sem as lideranças privadas, não haverá avanços na inovação".

Embrapi
Durante o evento, foi assinado um memorando de criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (Embrapi), entre o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, e o presidente da CNI, Robson Andrade. A nova empresa deverá reunir os melhores centros de tecnologia do país com o objetivo de produzir tecnologia de ponta.

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