quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Redes sociais: mocinhas ou vilãs?

As empresas se viram obrigadas a ter seus perfis nas redes sociais, mesmo sem ter noção do que aquilo causaria em seu modelo de negócio.

Por Adriano Meirinho

Hoje, um grupo de amigos não tem mais o hábito de telefonar uns aos outros, mas sim, de combinar tudo o que podem pelo Facebook. Lá, não somente há a agenda dos eventos em que cada um irá, bem como convites para próximos e pessoas que você não encontrava há anos, que neste novo contexto, se torna o seu mais novo amigo íntimo em segundos.

Similares mudanças aconteceram no mundo corporativo. As empresas se viram obrigadas a ter seus perfis nas redes sociais, mesmo sem ter noção do que aquilo causaria em seu modelo de negócio. Numa mídia social, a exposição da marca, dos serviços e produtos ficam muito mais próximos de todos os clientes. E acaba virando mais um canal de atendimento aos consumidores, espontaneamente, pois lá eles se vêem no direito de não só postar sugestões e elogios, bem como reclamações.

Ouvimos sempre que as redes trazem benefícios e malefícios às empresas. Mas que empresa realmente está ganhando muito dinheiro por estar presente em redes sociais? Que empresa está perdendo renda por ter a imagem "abalada" nas redes sociais? Na verdade não existe nenhuma organização ganhando ou perdendo dinheiro. De fato as empresas precisam estar presentes nas redes sociais, mas enganam-se as que querem estar presente como um grande ponto de venda. Não por enquanto.

Houve também, casos em que profissionais foram demitidos, por misturarem a parte profissional com a pessoal nas redes sociais. Um caso conhecido foi um diretor comercial que falou mal de um time de futebol em seu perfil, o qual a empresa para qual ele trabalhava era patrocinadora do time. Foi demitido horas depois.

Mas, afinal, de quem é a responsabilidade das redes sociais? Das empresas? Dos profissionais? As empresas devem liberar o uso das redes sociais aos seus funcionários? É preciso uma política ou um código de conduta? Ou é melhor bloquear o uso a todos? E os colaboradores podem falar nas redes em nome da empresa? Defendê-la? Ou como eles podem separar a parte profissional da pessoal? Afinal, as redes sociais são pessoais, não?

São muitas questões realmente delicadas ainda de terem respostas efetivas e concretas. Afinal, é um novo comportamento que não sabemos ainda qual o caminho será o mais eficaz a ser seguido. A certeza de que temos é que as redes sociais estão mudando toda uma sociedade – pelo menos no relacionamento interpessoal – e anos à frente, elas serão estudadas e explicadas nas salas de aula, como um dos grandes marcos da economia social.

As empresas estão de mãos atadas depois que qualquer rede social pode ser acessada pelos celulares. Cabe a responsabilidade de cada profissional saber a hora certa de usar e o que postar. O desafio de hoje é muito maior do que qualquer bloqueio corporativo – o desafio é cultural dos profissionais.

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