terça-feira, 19 de outubro de 2021

A importância do Exemplo

“Os homens são bons de um modo apenas, porém são maus de muitos modos” [Aristóteles em Ética a Nicomaco]



José queria proporcionar um dia especial para seus dois filhos. Resolveu fazer uma surpresa.

Numa tarde ensolarada, decidiu levar seus filhos ao circo.

Ao chegar à bilheteria, pergunta:

- Olá, boa tarde, quanto custa a entrada?

O vendedor responde:

- R$ 30,00 para adultos, e R$ 20,00 para crianças de 7 a 14 anos. Crianças menores de 6 anos não pagam. Quantos anos eles têm?

E o pai responde:

- O menor tem 3 anos e o maior 7 anos.

Com um sorriso, o rapaz da bilheteria diz:

- Se o Sr. tivesse falado que o mais velho tinha 6 anos, eu não perceberia, e você economizaria R$ 20,00.

E o pai responde:

- É verdade, pode ser que você não percebesse, mas meus filhos saberiam que eu menti para obter uma vantagem e jamais se lembrariam desta tarde como uma tarde especial.

E finaliza:

- A verdade não tem preço. Hoje deixo de economizar R$20,00 que não me pertenceriam por direito, mas ganho a certeza de que meus filhos saberão a importância de sempre dizer a verdade!

O atendente permaneceu mudo… Também ele teria uma tarde especial para se lembrar.

Moral da História:

Esta antiga história ilustra uma cena em que os filhos presenciam uma atitude correta do pai. A história nos permite perceber que:

- Nada deve substituir a verdade.
- Educar é dar o exemplo.
- O exemplo correto beneficia a todos ao nosso redor.
- Jamais devemos fazer pequenas concessões à mentira, o preço é alto demais.
- Uma tarde especial vale para toda a vida…
- As palavras convencem, mas o exemplo arrasta.

[Texto extraído da página oficial de Carlos Hilsdorf]


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Leia também: Não se preocupe, filho, todo mundo faz isso...

Devolve o peixe, filho!




Uma Pescaria Inesquecível (Lição sobre Ética)
Ele tinha onze anos e, cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.

A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.

O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago. Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água.

Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada. O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras para trás e para frente. O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Eram dez da noite, faltavam apenas duas horas para a abertura da temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
- Você tem que devolvê-lo, filho.
- Mas, papai, reclamou o menino.
- Vai aparecer outro, insistiu o pai.
- Não tão grande quanto este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável. Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. E, naquele momento, o menino teve certeza de que jamais veria um peixe tão grande quanto aquele.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido. O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.

Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o mesmo peixe repetidamente todas as vezes em que se depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo e errado. Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos vendo.

Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o peixe à água.
             مكتوب. حتى أنها كانت مكتوبة. - Maktub, ou Maktoob (Assim estava escrito!)

Adaptado de Rivalcir Liberato: http://www.rivalcir.com.br/mensagens2005/2547.html
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Tenho visto muitas pessoas (mais do que o limite tolerável) com uma falha incorrigível no caráter: a falta de ética e de respeito pelo próximo. Trata-se de um verdadeiro vácuo moral. São os "espertos", que gostam de viver pelo que dita a Lei de Gérson (*). Mal sabem que a vitória assim obtida cedo ou tarde revelará o seu preço. E quanto mais tarde esse preço for cobrado, pior será, pois não haverá mais tempo para a recuperação. A derrocada é total! O mau-caratismo é fama que se dissemina rapidamente, e o caminho a ser percorrido e o tempo necessário para se recuperar a credibilidade perdida pode ultrapassar o tempo de vida restante...
Prof. Milton Araújo.

"Todo mentiroso é presa fácil da mentira alheia." [Luciano Lemos Jacobsen]

"Os pássaros da mesma plumagem voam juntos." [Chinês]


(*) Para conhecimento: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Gerson
Veja também: http://profmilton.blogspot.com/2011/02/professor-da-usp-e-demitido-sob.html

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www.institutointegralead.com.br

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

"Não se preocupe, filho, todo mundo faz isso"

Quem costuma pensar dessa forma, só assume postura "moralizadora" quando se torna vítima dos seus próprios atos, praticados por um semelhante igualmente desprovido de ética, moral e respeito.


 Zezinho quando tinha sete anos de idade, viajava com seu pai, - num destes domingos ensolarados, descia para a baixada -, quando foi interceptado por excesso de velocidade. Seu pai entregou ao guarda, junto com a carteira de habilitação, uma nota de cinqüenta reais. Retornando para a pista, o pai disse

"Esta tudo bem, filho, todo mundo faz isso".

Aos nove anos, a mãe levou-o pela primeira vez ao teatro - era uma destas peças imperdíveis com uma artista famosa -. O bilheteiro não conseguia arranjar lugares até que a mãe de Zézinho lhe deu, por fora, dez reais, e entreolhou, dizendo

"Esta tudo bem, filho, todo mundo faz isso".

Aos doze anos, numa destas manhãs cinzentas, acompanhou o seu irmão mais velho na entrega de alguns documentos do avo, numa das agências do INSS. A fila dobrava a quadra. Seu irmão dirigiu-se até a seção de informações e junto com as documentações anexou duas notas de vinte reais para a atendente, dizendo que era urgente a entrega dos documentos e que infelizmente não poderia enfrentar aquela fila enorme.

"Esta tudo bem, filho, todo mundo faz isso".

Aos quatorze anos, foi selecionado para jogar de zagueiro no time de futebol da escola, num destes torneios interescolares da cidade. Os treinadores lhe ensinaram como deveria atuar diante dos adversários; agarrando-os, cuspindo no rosto, falando palavras de baixo nível, tudo, sem que os juízes percebessem. "Tudo bem, Zé", disse o treinador. "Todo mundo faz isso".

Quando completou dezesseis anos, passou a estudar a noite, pois era chegado o momento de trabalhar e conseguiu seu primeiro emprego numa loja de materiais para construção. Seu trabalho: aproveitar as tintas que estavam em latas amassadas e datas vencidas, passando o conteúdo para novas latas com validade atualizada. "Tudo bem, meu jovem", disse o gerente. "Todo mundo faz isso".

Aos 18 anos, José foi flagrado, desviando materiais, foi encaminhado para a delegacia e demitido por justa causa. Seus pais foram chamados à delegacia, e José cabisbaixo ouviu. "Como foi que você pôde fazer isso com sua mãe e comigo?", disse o pai. "Aonde foi que você aprendeu isso, pois lá em casa não foi”.

[Gemir Cassan – www.gemircassan.com.br]

"Os pássaros da mesma plumagem voam juntos." [Provérbio Chinês]