terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Por que pessoas bem-sucedidas destroem suas carreiras?

Saber lidar com os pequenos fracassos do dia a dia é um dos fatores mais importantes no caminho para o sucesso.

Por Sílvio Celestino , www.administradores.com.br

Whitney Houston, Amy Winehouse, Michael Jackson... por que pessoas bem-sucedidas se autodestroem? Quando nos lembramos de Elvis Presley e Marilyn Monroe, observamos que foram dois exemplos de seres humanos que possuíram tudo o que as pessoas dizem desejar para ser felizes: eram bonitos, famosos, ricos e amados, aliás, são amados até hoje. Mas, se autodestruíram. O que teria acontecido?

Não é apenas no universo das celebridades da música ou do cinema que isso ocorre. Nas empresas, líderes executivos e outros profissionais que, teoricamente, fizeram ou estão no meio de carreiras bem-sucedidas e sabotam a si mesmos. Abusam de álcool e outras drogas, são infelizes em suas vidas pessoais, suas palavras e ações são motivos de sofrimento para si e para aqueles que os cercam. Alguns chegam ao suicídio. Por quê?

As pessoas não se preparam para o sucesso. Muitas acreditam que, quando tiverem sucesso material e financeiro, as demais áreas de sua vida automaticamente se resolverão. Mas isso não ocorre. Lidar com o fracasso na área financeira é muito difícil, mas ser bem-sucedido financeira e profissionalmente e ter dificuldades em outras esferas da vida é um desafio incompreensível para muitos.

Quando o sucesso ocorre, mas o indivíduo não está preparado, em geral é esmagado por ele. Uma agenda repleta de compromissos, cobrança das demais pessoas, autocobrança exagerada, exposição pública, críticas improcedentes, a gestão da vida pessoal, enfim, tudo se torna muito complexo. Assim como não se espera que um motorista de automóvel, com seu conhecimento sobre o painel de um carro, seja capaz de pilotar um avião, na vida, não se espera que alguém seja habilitado a gerir a complexidade do sucesso com a visão de uma criança.

Embora não exista uma cartilha para lidar com o sucesso, até porque as pessoas estão mais preocupadas em achá-lo do que em geri-lo, algumas sugestões são relevantes para pensar.

Você não pode mudar seu passado
Ninguém escreve em seu currículo: "Sou pós-graduado pela FGV e foi muito difícil, porque passei fome e meu pai abandonou minha família quando eu tinha 10 anos." Lamento que coisas terríveis tenham acontecido em seu passado, mas o mundo não se importa com isso. A pessoa tem de aprender a lidar com seus medos, fatos lamentáveis de sua vida, dificuldades indescritíveis que teve de enfrentar para chegar onde chegou. O sucesso não vai tornar esses fatos mais compreensíveis ou aceitáveis. A pessoa terá de elaborá-los, aceitá-los, enfim, lidar com eles da forma mais funcional possível. Isto é, permitir que eles façam parte de seu passado, mas não se deixar influenciar negativamente por eles, querendo compensá-los, consertá-los ou escondê-los por meio de seu sucesso.

Aprenda a lidar com as frustrações
Não existe uma regra que diga: seus pais têm de amar você. Também não há lei que diga que seus amigos querem seu bem, sempre. Ou que pessoas mal-intencionadas jamais se aproximarão de você. Ou que todas as suas ações produzirão os resultados desejados. Algumas pessoas literalmente tiveram de ser salvas de seus pais. Outras, de seus amigos e amores. E outras tiveram de se reerguer devido a decisões erradas que tomaram no passado e que consumiram grande parte de sua energia e tempo para ser corrigidas. A vida tem dessas coisas. Não há sucesso que possa torná-lo mais forte com relação às frustrações. Você terá de buscar essa força no exercício diário da vida, reconhecer que as frustrações, por vezes profundas, fazem parte da vida. Querer uma vida sem dor, sem problemas é um desejo impossível. Aliás, as únicas pessoas que não possuem problemas estão no cemitério. As demais acordam todos os dias e têm de enfrentá-los.

E por falar nisso, e quando a morte chegar? Nossa evolução nos permitiu ter consciência da realidade que nos cerca e nos transpassa. Mas o preço é saber que, um dia, aqueles que amamos e nós mesmos morreremos. Quanto tempo ainda temos? Não espere para ter aquela conversa com quem é relevante para você. Aquele assunto, é melhor você colocar na agenda e tocar nele o quanto antes com aquela pessoa. As conversas que não tivemos, por vezes, são as lembranças mais difíceis de aceitar.

Certa vez, perguntaram a Dalai Lama se era possível um ser humano se desenvolver sozinho. Após longa pausa e algumas considerações, a resposta foi: "Sim, é possível... só que leva muito mais tempo."

Assim, se há preparo possível para o sucesso, diria que é, em primeiro lugar, observar as demais pessoas. Se olhar com interesse, verá que você é parecido com todas e que cada uma delas está em sua luta diária. Só por isso merecem seu mais profundo respeito, antes ou depois de seu sucesso.

No decorrer de seu desenvolvimento, contrate profissionais que possam contribuir com seu fortalecimento: médicos para fazer o check-up e manter a saúde de seu corpo físico em dia, um personal trainer que possa lhe dar um bom condicionamento para um dia puxado de atividades. Mas não se esqueça de incluir também um coach que possa ajudá-lo a desenvolver competências nas diversas áreas de sua vida. Fazer, ao menos uma vez na vida, uma consulta a um psicólogo para ver como anda sua saúde nessa esfera. Ter momentos de serenidade, como uma meditação, um retiro ou qualquer atividade que possa lhe acalmar. Centrar-se e energizar-se com frequência.

E sempre reavaliar todos esses profissionais, amigos e mesmo familiares. Se o indivíduo não tiver competência para identificar as pessoas de má índole que se aproximam dela, principalmente após seu sucesso, terá sérios problemas em lidar com ele.

Deve também ser capaz de gerir suas emoções, para que não lhe causem danos ao longo do tempo, daí o preparo psicológico. E pensar com quais pessoas relevantes de sua vida gostaria de conversar sobre quais assuntos que lhe são fundamentais.

Não conheço nenhuma pessoa que declare que, se tivesse menos dinheiro, estaria melhor. Mas conheço muitas pessoas que se lamentam pelo fato de o dinheiro e o sucesso não terem lhe dado a serenidade que tanto desejavam. O sucesso profissional e financeiro é somente uma área de nossa vida, não é a vida toda. Após chegar lá, seja onde for para você, as demais esferas da vida continuarão esperando para ser exploradas e conquistadas.

Sílvio Celestino é sócio-fundador da Alliance Coaching e autor do livro "Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para sua Carreira"

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Entenda com Dan Ariely por que irracionalidade e sucesso têm tudo a ver

A ideia é um pouco difícil de se aceitar exatamente porque nos consideramos racionais, intuitivos e infalíveis. Porém, não se surpreenda se as palavras de um dos principais porta-vozes da Economia Comportamental no mundo modificarem essa convicção.

Por Rodolfo Araújo, Revista Administradores

Um desses acasos do destino colocou-me frente a frente com Dan Ariely em sua recente visita ao país, por ocasião do Fórum de Gestão e Liderança da HSM Brasil, em 2011. O que era para ser uma entrevista formal tornou-se um descontraído bate-papo no qual o divertidíssimo autor de "Previsivelmente Irracional" e "Positivamente Irracional" falou sobre motivação, família, trabalho e, claro, irracionalidade.

Vários autores exploraram recentemente o tema irracionalidade em suas obras, como Malcolm Gladwell ("Blink, a decisão num piscar de olhos"), Stephen Dubner e Steven Levitt ("Freakonomics" e "Superfreakonomics"), e Tim Harford ("The Logic of Life"). O que há de comum ou diferente nessas obras?

Os outros autores que escrevem sobre a irracionalidade preocupam-se se o copo está meio cheio ou meio vazio em vez de se preocuparem com o copo. Pense em "Freakonomics": fizeram um estudo com lutadores de sumô mostrando que eles trapaceavam um pouco. O fato de trapacear um pouco não significa que trapaceiem o tempo todo, mas que eles não são totalmente honestos. Os lutadores respondem aos seus incentivos. O meu interesse é estudar por que eles não trapaceiam o tempo todo. Por que trapacear só um pouco?

Sim, a racionalidade diz que eles deveriam trapacear o tempo todo...

O problema é que os outros livros abordam o comportamento através de uma perspectiva de racionalidade, considerando que as pessoas são perfeitamente racionais. Os estudos mostram que as pessoas são influenciadas por forças racionais. Não acho que elas não sejam, mas as forças racionais não mostram o quadro inteiro. Muita coisa fica sem explicação.

Em seu primeiro livro, Tim (Harford, "The Logic of Life") diz que tudo o que fazemos é otimizado. Já o novo ("Adapt: Why Success Always Start with Failure?") busca algumas explicações em experimentos. Quando você faz um experimento, já parte do princípio de que as coisas não são otimizadas. Porque, se você tem que testar, significa que não é perfeito e que você não pode confiar na sua intuição.

A Economia é um modelo de aprendizado. O mercado e o ambiente lhe forçam a aprender de forma a atingir um ponto ótimo. Você precisa aprender mais e precisa ser sistemático na sua forma de aprender. A Economia Comportamental está mostrando que as pessoas têm uma intuição ruim e, numa situação dessas, têm que se esforçar mais para aprender.

Em seu novo livro, "The Predictioneer's Game", Bruce Bueno de Mesquita diz que tudo o que fazemos é racional, mas, pelo fato de não entendermos as motivações das pessoas, dizemos que é irracional.

Eu não gosto dessa definição. Acho que há um problema em dizer que tudo o que as pessoas fazem é racional. Dizer que fazer alguma coisa aumenta a sua utilidade é diferente de dizer que é racional.

Recentemente fiz um trabalho com propagandistas médicos da Indústria Farmacêutica. Nos Estados Unidos, normalmente, são mulheres e muito atraentes. Frequentemente pagam almoços e entradas para jogos de basquete aos médicos. A Indústria sabe melhor do que os médicos que tipos de incentivos funcionam e, assim, exercem influência sobre eles. Os médicos pensam que, quando os propagandistas lhes pagam o almoço, não estão exercendo influência sobre eles. Seria tolo achar que eles entendem isso. As evidências mostram que os médicos não percebem quando estas forças estão agindo.

Você diz que os médicos não veem a influência agindo. E você, vê? Você percebe quando não está sendo racional?

Não, em vários momentos. Eu me preocupo muito com conflitos de interesses, por exemplo, porque eles dizem muito sobre o comportamento irracional. Envolve sermos pagos para vermos as coisas de uma maneira diferente. Vemos as coisas de forma diferente, mas não percebemos isso quando fazemos algo porque recebemos para isso. Se você torce para um time, consegue ver um jogo de futebol de forma objetiva? Claro que não. Com médicos, banqueiros e políticos, não dá para acreditar que possam fazer melhor.

Vou contar-lhe uma história: eu estava fazendo um experimento no laboratório e esperava ter um resultado interessante. Num dos grupos, havia um sujeito que teve uma performance péssima, prejudicando a média do grupo todo. E eu me lembrei que, neste dia, havia um senhor que estava bêbado. Então, eu percebi que este ponto fora da curva era o bêbado e pensei: "Vamos eliminá-lo". Quando eu removi seus dados – BUM! – os resultados ficaram do jeito que eu queria. Alguns dias depois, eu pensei: "O que aconteceria se aquele cara estivesse no grupo?". A outra média ficaria mais baixa e os resultados seriam ainda mais interessantes.

O problema é que, quando eu eliminei aquele voluntário, achei que estava servindo à Ciência. Na minha cabeça, os dados estavam melhores sem ele do que com ele. Eu estava fazendo o trabalho de Deus no progresso científico, manipulando os dados para se encaixarem na minha expectativa e inventando histórias para remover os obstáculos. E, realmente, temos alguns indícios que apontam que as pessoas criativas trapaceiam mais.

Porque eles têm incentivos maiores?

Porque eles conseguem inventar histórias melhores para si mesmos.

Os bônus funcionam dessa forma.

Bônus, claro. Imagine que eu lhe pague um milhão de dólares cada vez que você escrever uma matéria boa sobre o Governo. Você escreveria uma porção de coisas boas. É muito complicado!

Claro que você pode tirar pessoas bêbadas de um experimento, mas essa regra tem que ser definida antes. Você não pode fazê-lo depois de ver os resultados. Então, eu tenho regras bem específicas sobre meus conflitos de interesses. Eu nunca faço consultoria. Se eu for pago por uma empresa, deixarei de ver as coisas objetivamente.

Num artigo recente ("Good Decisions, Bad Outcomes, Harvard Business Review", dezembro de 2010) você mencionou outro pesadelo dos administradores: a aleatoriedade. Como você acha que as pessoas estão preparadas para lidar com a aleatoriedade em suas vidas?

Terrivelmente. Nós simplesmente não somos bons em lidar com o acaso. Imagine que você está num campo e tem que chutar uma bola de olhos fechados. Se você introduzir alguma aleatoriedade, todo o seu poder de previsão se acaba.

Isto se chama aprendizado de múltiplas causas. Imagine que eu te dê uma lista de filmes, diga quanto dinheiro foi gasto em cada um deles, quanto arrecadaram na primeira semana e lhe perguntasse qual seria a receita ao final de um ano. Se você deixar que as pessoas façam isso de forma intuitiva, dando algumas variáveis, elas se saem muito bem. Se você fizer isso algumas vezes, vai ficar bom. Adicione aleatoriedade e todo mundo se perde. Não dá para pensar num modelo que incorpore a aleatoriedade. Nós buscamos padrões o tempo todo. Olhamos para uma nuvem e vemos uma figura.

Você deu um exemplo pessoal de como a irracionalidade pode afetar o seu lado profissional. Mas como isso acontece dentro da sua casa, quando você vê seus filhos se comportando de forma irracional? Você os corrige ou acha que isso é parte do aprendizado?

Algumas irracionalidades são boas. Não acho que todas sejam ruins. A forma como nos preocupamos com estranhos, por exemplo, é irracional. Não faz sentido algum. Se tudo o que você quer é ser rico, por que se preocupar com as pessoas no Japão?

Então, eu encorajo este lado irracional. Meu filho de oito anos e eu acabamos de escrever o nosso primeiro artigo juntos sobre o jogo "Angry Birds". Perguntamos por que os pássaros se comportam de forma diferente se são todos iguais.

Então, basicamente, eu tento incentivar o comportamento irracional. Minha esposa e eu discordamos às vezes. Recentemente, por exemplo, meu filho fez um projeto para a escola que levou uma semana. O professor disse: "se você fizer isso e aquilo, ganha um A; se fizer menos, ganha um B; menos ainda, um C, e assim por diante". Eu disse para ele: "tire um C". O esforço extra não compensa, se você considerar custo e benefício. Minha esposa detestou isso...

Muitas vezes os incentivos podem sair pela culatra. Que tipos de incentivos você acha que funcionam?

Pessoalmente, eu tento não dar às crianças qualquer incentivo financeiro. Não acredito em dar trocados por tarefas. Eu tento mostrar o lado positivo das coisas que fazem em família. Tento não dar dinheiro para lavar a louça ou levar o lixo para fora, senão vira uma simples troca financeira e sua casa se transforma numa empresa.

Parte do seu novo livro trata sobre novas descobertas a respeito da motivação. É a motivação das pessoas que está mudando ou só agora estamos fazendo as perguntas corretas a respeito?

É a motivação que está mudando. Pense no que fazíamos quando éramos caçadores e coletores, lá na Idade da Pedra. Havia uma limitação na quantidade de motivação que você poderia ter. Além disso, as pessoas não viviam muito tempo.

Uma mudança dramática no atual cenário foi o surgimento de uma classe média. Pense nos pequenos luxos que você pode conseguir agora. Você pode comprar um telefone, um computador e uma porção de outras coisas legais. A vida está muito diferente. Isso realmente mudou a motivação.

Escrevi recentemente sobre a utilidade das coisas inúteis. Imagine que eu começasse a vender garrafas cheias de ar. Uma coisa inútil, mas que as pessoas começassem a gostar. Então elas passariam a trabalhar mais para conseguir comprar. E, no final das coisas, essa coisa inútil teria uma utilidade, que seria fazer as pessoas quererem trabalhar mais. O fato de haver um monte de coisas inúteis que você queira comprar já muda a sua motivação.

Você mencionou as novas pesquisas que está fazendo. Como vai a "teoria do homem das cavernas"?

Ela gira em torno da forma como as pessoas adoram a palavra "natural". No Brasil também é assim?

Sim, bem parecido.

Você pega um remédio, acrescenta a palavra "natural" e aí as pessoas acham que ele é melhor. Basicamente, o que estamos descobrindo é que as pessoas não acham que o medicamento é melhor para tratar a doença. Elas pensam que ele tem menos efeitos colaterais, especialmente os de longo prazo.

Pensam que ambos os remédios são como uma engrenagem que pode substituir outra, defeituosa, mas que o natural não vai destruir o restante das peças da máquina. E, por isso, as pessoas estão mais inclinadas a tomar medicamentos naturais, mesmo que não estejam aprovados pelas autoridades sanitárias. Isso pode ser altamente prejudicial.

Você acha que isso pode ser usado de forma negativa?

Acredito que este movimento de coisas naturais está amedrontando as pessoas para direcionar seus comportamentos.

É assim que agem os movimentos ecológicos?

Não necessariamente. Pense nos desastres nucleares. Há um risco muito pequeno de que alguma coisa ruim aconteça, mas as pessoas têm um medo gigantesco disso. Mas, na sociedade atual, isto (a energia nuclear) é necessário. Então, o desafio é fazer as pessoas entenderem o tamanho real do risco que enfrentam. Você não imagina a quantidade de cartas que comecei a receber depois que falei sobre esse assunto.

Posso imaginar, se for algo comparável ao caso dos dentistas (Ariely deu uma entrevista numa rádio na qual disse que os dentistas tinham incentivos perversos para achar problemas nos dentes de seus pacientes).

(Risos) Isso foi uma das piores coisas da minha vida. Depois dessa entrevista, o chefe do Conselho local me escreveu uma carta exigindo uma retratação. Eu respondi que não dava para retratar a verdade.

Se você mostrar uma radiografia para um dentista, com uma cárie num dente, e pedir que ele encontre uma cárie neste dente específico, ele a encontrará. Se você pedir a outro dentista que encontre alguma cárie na radiografia, ele também a encontrará, mas em outros dentes. A chance de dois dentistas encontrarem a mesma cárie no mesmo dente é de 50%.

Nesse episódio, o Diretor da Associação Americana de Dentistas escreveu um e-mail para 165 mil dentistas pedindo que me escrevessem pessoalmente. Eu recebi milhares de e-mails. Alguns deles diziam: "você está correto, realmente existe esse problema e algo precisa ser feito. Eu não posso lhe dizer o meu nome, mas desejo-lhe boa sorte!".

Dan, muito obrigado por seu tempo e pela agradável conversa.

Também gostei muito! Você curte charadas?

Imagem: Divulgação HSM/Lola Estúdio

Quando respondi que sim, Ariely enroscou um pequeno bastão de metal amarrado a uma cordinha na minha camisa e desafiou-me a desenroscar a geringonça sem cortar o fio (foto acima). Disse-me para escrever depois contando quanto tempo levei para realizar a tarefa. Confesso que precisei de um par de horas para desatar o nó...

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Eu sou meu chefe: quem disse que é fácil?

Muitas vezes sem formação específica em Administração, profissionais liberais precisam exercer suas profissões e, ao mesmo tempo, administrar seus negócios.

Por Simão Mairins, www.administradores.com.br

A cultura do empreendedorismo tem ganhado cada vez mais força no Brasil, com o desenvolvimento da economia, a expansão das políticas de apoio e a diversificação dos modelos de tributação. Para se ter uma ideia, o país – que possui a maior taxa empreendedora do G20 e do Bric, segundo o GEM (Global Entrepreneurship Monitor) – conta atualmente com mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas e quase 2 milhões de empreendedores individuais formalizados, de acordo com dados dos ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Nessa massa, há um grupo normalmente pouco lembrado nas discussões sobre o assunto. É o que inclui aqueles que, para exercer suas carreiras, precisam se dividir entre uma profissão principal e a atividade administrativa, como advogados (na administração de seus escritórios), médicos (nos seus consultórios) e tantos outros profissionais liberais.

Mas, será que, com todas as responsabilidades de uma profissão específica, há tempo para conciliá-la bem com a administração de um negócio? "Eu defendo que não se deve conciliar no sentido de "combinar', mas sim de 'harmonizar'. A atividade administrativa faz parte da profissão dessas pessoas", afirma Fábio Zugman, autor dos livros "Empreendedores esquecidos" e "Administração para profissionais liberais".

Para Zugman, entretanto, "o problema é que a maioria das escolas – e boa parte dos próprios profissionais – se esquece" de que administrar é algo intrínseco à carreira de qualquer um que opte por trabalhar por conta própria.

"Como os profissionais liberais colocam uma grande ênfase em suas habilidades, muitas vezes veem as tarefas administrativas como 'a parte chata' que os impede de exercer sua tarefa principal. Isso é um erro. Eu costumo dizer para essas pessoas que elas devem enxergar a tarefa administrativa como uma higiene que fazem em suas profissões – algo que as permite trabalhar melhor", explica Zugman.

O cirurgião vascular Gerd Schreen – que atua em um dos maiores hospitais particulares do Brasil e ainda administra sua própria clínica – sabe muito bem o que é ter de se dividir entre as duas atribuições. Mas isso está longe de ser um incômodo para ele. "Ser médico é uma vocação e, mesmo que quisesse, não conseguiria me afastar da profissão que escolhi exercer há muitos anos. O contato com o paciente, a relação de confiança, a incrível experiência de cuidar do próximo não é algo que se pode achar com tanta profundidade em muitas profissões. Por outro lado, cuidar do próprio negócio é, ao mesmo tempo, um grande desafio e um grande prazer. Idealizar uma estratégia, perseguir e alcançar objetivos, metas, superar obstáculos e entraves burocráticos valorizam o empreendimento", explica.

Já a advogada Belisa Dinelli destaca que "administrar o próprio negócio possibilita uma melhor visão" do trabalho que desenvolve, e garante que "separar um tempo só para a administração do escritório" é fundamental.

"Disciplina na organização e principalmente no cumprimento da agenda é a chave para que você chegue ao final do dia sem a sensação de que falta um caminhão de coisas para resolver", complementa Gerd Schreen.

Para Fábio Zugman, a administração do tempo deve incluir até mesmo a previsão do que fazer em caso de surgirem, de última hora, espaços vazios na agenda. "O que fazer, por exemplo, quando um cliente falta e abre-se um espaço de uma hora durante o dia? Há formas de o profissional liberal se planejar para lidar com essas questões", ressalta.

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Marketing sacoleiro: como empresas crescem maltratando consumidores

Algumas grandes empresas estão construindo excelentes resultados financeiros excluindo a satisfação do consumidor da equação de negócios.

Por Flávio Ferrari

O segredo da sustentabilidade de um negócio é compreender e atender equilibradamente os desejos e necessidades dos stakholders. Ou, pelo menos, esse é o discurso acadêmico. Entretanto, algumas empresas conquistam posições tão sólidas e favoráveis que permitem desafiar esse princípio, pelo menos por algum tempo, adotando práticas que aumentam sua lucratividade de curto-prazo.

É o caso da loja de uma grande rede de supermercados aqui perto de casa. Localizada num ponto privilegiado na região dos Jardins, em São Paulo, sem nenhum concorrente num raio de 10 quarteirões, a modesta loja não tem estacionamento. Por isso mesmo atende, basicamente, às necessidades mais imediatas dos moradores da região, que fazem pequenas compras diárias. A estratégia adotada pela direção da rede para a loja parece haver sido cunhada para otimizar a rentabilidade aproveitando as oportunidades oferecidas pela situação.

Considerando que as compras feitas pelos clientes se destinam a consumo imediato, a rede transfere para a loja os produtos que estão com data de validade próxima do vencimento, e provavelmente negocia com os fabricantes algum desconto adicional.

Dada a falta de concorrentes nas proximidades, pratica preços um pouco mais elevados e frequentemente substitui as marcas líderes nas prateleiras pelos produtos genéricos (de marca própria) ou de fabricantes "preferenciais" (da família dos acionistas).

Embora a região seja "sofisticada" e de alto poder aquisitivo, alguma pesquisa deve haver indicado que as compras são feitas por "prepostos" (motoristas, empregados domésticos) e/ou por pessoas apressadas que trabalham na região e fazem compras de última hora. Só isso poderia justificar a pouca preocupação com a seleção e o treinamento da equipe da loja, que chega a discutir sua insatisfação com as condições de trabalho na presença dos clientes.

A limpeza da loja deixa a desejar, é frequente a presença de produtos vencidos nas prateleiras, a morosidade no atendimento dos caixas provoca grandes filas a qualquer hora do dia e o slogan "lugar de gente feliz", adotado pela rede, soa como uma piada de mal gosto.

Nesta semana em que a rede adotou a extinção das sacolinhas plásticas (que, aliás, eram de péssima qualidade) vestindo-se de defensora do planeta e buscando convencer seus consumidores a adotar uma atitude "sustentável", o clima na loja ficou ainda pior. Os clientes não conseguem entender porque precisam pagar por sacolas importadas da Coréia para transportar suas compras ou de que forma a eliminação das sacolas (que eram reutilizadas em suas casas, normalmente como sacos de lixo) irá ajudar a melhorar alguma coisa em suas vidas. Mas fato é que, mesmo sem ter acesso aos resultados financeiros, imagino que a loja siga dando bons resultados, abusando de sua posição.

Alguns clientes com os quais tenho conversado deixam claro que estão cultivando uma profunda antipatia que se estende para a marca. Sempre que possível, evitam comprar não só na loja em questão, mas em qualquer outra loja da rede, porque têm a clara percepção de que a marca não se preocupa e nem respeita o consumidor.

Os que têm condição para isso comentam que procuram planejar melhor suas compras e realizá-las num outro supermercado sofisticado da região (um pouco mais distante e que requer o uso do carro).

E, durante essa semana, vários afirmaram que reduziram suas compras ao mínimo essencial para transportá-las na mão ou, no máximo, em uma única sacola que adquirem a contragosto.

Não é a primeira vez em que me deparo com esse tipo de situação. E, por mais que me sinta desrespeitado como consumidor e espantado como executivo (ou consultor), sou obrigado a admitir que grandes marcas em situação privilegiada de mercado conseguem não só sobreviver, mas crescer e lucrar maltratando seus consumidores.

Certa vez, quando uma grande editora de revistas implementou a renovação automática de suas assinaturas pelo cartão de crédito, informando a seus assinantes que isso estava sendo feito para facilitar sua vida e que, se não estivessem de acordo, bastaria telefonar antes do vencimento para solicitar o cancelamento, eu procurei seu CEO para manifestar não só a minha indignação (como assinante) mas minha percepção de que essa atitude anti-ética prejudicaria a imagem da editora. A reposta que ouvi do executivo foi que essa ação havia aumentado a taxa de renovação de assinaturas em 30%!

Pessoal e profissionalmente, acredito que existam formas melhores e mais eficientes para construir um negócio de sucesso, e tive a oportunidade de demonstrar isso nas empresas para as quais trabalhei.

Deixar de atender adequadamente um stakeholder fragiliza a posição da empresa e, principalmente quando esse stakeholder é o cliente, a torna vulnerável para a ação dos concorrentes.

Mas fato é que o modelo atual de remuneração dos executivos reforça a busca de resultados de curto prazo e raramente considera a questão da sustentabilidade (real) como algo relevante.

Minha sugestão é que os acionistas exijam mais de seus executivos e desafiem sua criatividade voltando a incluir a satisfação do consumidor na equação.

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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Preparatório ANPAD - JUNHO/2012 (Matrículas encerradas)

Leia o post mais recente:
http://profmilton.blogspot.com.br/2013/02/preparatorio-anpad-junho-de-2013-com.html

Instituto Integral – Dez anos – Recordista em Aprovação!
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www.institutointegral.com.br
preparatorioanpad@institutointegral.com.br

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Atendendo a pedidos, prorrogamos o DESCONTÃO de 25% à vista até o dia 05/03.
Caso queira usufruir deste benefício, veja instruções adiante. Mas seja rápido, pois o limite de vagas está prestes a se esgotar!

PARABÉNS ao nosso aluno, Maurício Pozzebon, pelos 592,82 pontos (99,22%) no Teste ANPAD de Fevereiro/12.

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Curso Preparatório para o Teste ANPAD
Edição: JUNHO/2012 – Extensivo


MÓDULO I (Raciocínio Lógico e Raciocínio Quantitativo)
Carga-horária: 75 horas
Professor: Milton Araújo.

TURMAS:
(Solicite o Plano de Aulas)

1. NOITE: segundas e quartas, das 19:00h às 22:00h
Vagas: Dez (nove já foram reservadas)
Início: 05/03/12

2. EXTRA – NOITE: terças e quintas, das 19:00h às 22:00h
Vagas: Dez (sete já foram reservadas)
Início: 13/03/12

3. MANHÃ: quartas e sextas, das 9:00h às 12:00h
Vagas: Dez (seis já foram reservadas)
Início: 07/03/12

4. EXTRA – MANHÃ: terças e quintas, das 9:00h às 12:00h
Vagas: Dez (cinco já foram reservadas)
Início: 15/03/12

5. SÁBADOS: das 13:30h às 17:00h, e Domingos das 9 às 12h
Vagas: Dez (dez já foram reservadas. Oferecemos duas vagas extras nesta turma)
Início: 10/03/12


Devido ao comprometimento de horários, nesta edição não ofereceremos turmas de intensivo.


INVESTIMENTO (Solicite a Tabela de Valores).
Material didático incluído.

Atendendo a pedidos, prorrogamos o DESCONTÃO especial de 25% (não-cumulativo com outros descontos) para matrícula feita por depósito bancário, até o dia 05/03 (improrrogável).

NOTA: O descontão é calculado sobre o valor cheio do Módulo I:
5 x R$ 330,00 = R$ 1.650,00 (veja a Tabela de Valores). Com 25% de desconto, este valor fica em R$ 1.250,00 (você economiza R$ 400,00).

Mas é só até o dia 05/02, impreterivelmente.

Caso faça sua reserva imediatamente, você poderá pagar o valor (com o descontão) em duas parcelas iguais a R$ 625,00 cada uma (a primeira no ato da reserva, por depósito bancário e a outra no primeiro dia de aula, por cheque pré-datado para 7 de abril).



Para efetivar a RESERVA proceda do seguinte modo:

1) Faça o depósito do sinal de R$ 100,00 em uma das contas informadas a seguir.
a) Itaú: solicite os dados (agência e conta-corrente);
b) Santander: solicite os dados (agência e conta-corrente);
c) Banco do Brasil: solicite os dados (agência e conta-corrente);
d) Caixa Federal: solicite os dados (agência e conta-corrente).

Antes de efetuar qualquer depósito, verifique se ainda há vagas na turma pleiteada!


2) O saldo remanescente é ajustado no primeiro dia de aula, com cheques para o dia 07 de cada mês subseqüente.

3) Envie e-mail imediatamente após efetuar o depósito, para avisar sobre a operação e confirmar a turma pleiteada (para que se possa dar baixa na vaga).

4) Ao efetuar a RESERVA você garante os descontos vigentes na data do depósito, e pode ajustar o saldo remanescente no primeiro dia de aula, por cheques pré-datados para o dia 7 de cada mês subseqüente.

5) Caso haja algum imprevisto, e você não possa fazer o curso, entre em contato conosco antes do início do curso para solicitar o reembolso integral do valor pago pela RESERVA.

6) Para aqueles que pretendem comparecer diretamente à primeira aula, e efetuar a matrícula no ato, solicita-se que entrem em contato antes de comparecer, a fim de verificar se ainda há vaga disponível na turma pleiteada.

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A edição de Junho é a que registra a maior demanda pelo curso preparatório. No ano passado, vários interessados ficaram sem vaga.

Módulo II – 30 horas (Português Inglês e Rac. Analítico):
Este módulo é oferecido no regime de parceria com a Profª. Alayde. Todas as informações (assim como a contratação deste módulo) deverão ser obtidas diretamente com a professora (alayde76@hotmail.com).

Você ainda tem alguma dúvida?
Estou a sua disposição para esclarecê-las.

Milton Araújo.
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(Visitas devem ser agendadas)
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Instituto Integral – Dez anos – Recordista em Aprovação!
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“Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você.” [Steve Beckman]
“Covardes nunca tentam; fracassados nunca terminam; vencedores nunca desistem.” [Norman Vincent Peale]
“Os maiores dos erros são a pressa antes do tempo e a lentidão diante da oportunidade.” [Árabe]
“A Oportunidade é uma dama altiva, pois não perde tempo com os despreparados.” [Autor desconhecido]
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