sábado, 19 de dezembro de 2015

A Saturnália e o Natal

"Sugestões de presentes para o Natal: Para seu inimigo, perdão. Para um oponente, tolerância. Para um amigo, seu coração. Para um cliente, serviço. Para tudo, caridade. Para toda criança, um exemplo bom. Para você, respeito." [Oren Arnold]

Para os antigos romanos, o majestoso planeta dos anéis, Saturno, não era um lugar de verdade, um mundo, mas um deus-rei, filho do casamento do céu e da Terra, o deus do chumbo.

As colunas são tudo o que resta do templo mais antigo do fórum romano, consagrado a Saturno, há 2.500 anos. Também serviu como tesouro de Roma e seu centro de pesos e medidas. Hoje é Saturnália, o feriado louco de dezembro, em honra a Saturno. 

A Saturnália era um festival romano em honra ao deus Saturno que ocorria no mês de dezembro, no solstício de inverno (era celebrada no dia 17 de dezembro, mas ao longo dos tempos foi alargada à semana completa, terminando a 25 de dezembro). As Saturnálias tinham início com grandes banquetes e sacrifícios; os participantes tinham o hábito de saudar-se com 'io Saturnalia'. Durante estes festejamentos subvertia-se a ordem social: os escravos se comportavam temporariamente como homens livres, nenhuma guerra ou execução era permitida e havia troca de presentes.

Segundo Pierre Grimal, Saturno é um deus itálico e seu culto foi importado da Grécia para Roma, como ocorreu com diversos outros deuses. Ele teria sido expulso do monte Olimpo por Zeus e se instalado no Capitólio, onde fundou um povo chamado Saturnia. Acredita-se também que foi acolhido por Jano, igualmente oriundo da Grécia. Seu reinado na região do Lácio ficou conhecido como a "Idade do Ouro", pela paz e prosperidade alcançadas. Segundo os relatos lendários, nesse período Saturno teria continuado a obra civilizadora de Jano e ensinou à população a prática da agricultura.


Cerca de 200 anos mais tarde, quando os primeiros religiosos da Igreja procuraram atrair mais pagãos, eles transformaram a Saturnália em Natal, sendo este o último dos feriados do solstício de inverno a ser transformado.

Em postagem futura falarei sobre o chumbo, que foi uma das principais causas do declínio e queda do Império Romano.

Feliz Natal!

[Nota: Janeiro é o primeiro mês do ano nos calendários juliano e gregoriano. É composto por 31 dias. O nome provém do latim Ianuarius, décimo-primeiro mês do calendário de Numa Pompílio, em homenagem a Jano, deus do começo na mitologia romana, que tinha duas faces, uma olhando para trás, o passado e outra olhando para a frente, o futuro. Júlio César estabeleceu que o ano deveria começar na primeira lua nova após o solstício de inverno, que no hemisfério norte era a 21 de dezembro, a partir do ano 709 romano (45 a.C.). Nessa ocasião o início do ano ocorreu oito dias após o solstício. Posteriormente o início do ano foi alterado para onze dias após o solstício.]