MUSA
Cheio de malícia e feitiço.
Fêmea efêmera,
Rútila estrela, que alto fulgura.
Teu olhar irradia luz e simpatia,
Teu sorriso meigo cativa,
Teu jeito de menina encanta.
Outrora já te amava
E não te conhecia.
De súbito, sumiste.
Alhures te procuro...
Só te encontro em minha solidão.
Viver sem razão é ilusão.
O vento sussurra o teu nome
E traz o teu inebriante perfume.
O mar canta a tua beleza,
Mas a imensidão aumenta a tristeza.
Eternizo-te em versos,
O consolo dos poetas...
Eras forma ou sonho?
Se (pretenso deus) te criei,
Em loucos pensamentos,
Por que não te esqueço?
Será castigo Divino
Este viver sem vida?
Navego solitário, sem porto, sem Norte,
Cruel destino de alma sem sorte.
Resta ainda um sopro de esperança,
De uma vez mais reencontrar-te,
Mesmo que seja apenas
Para ouvir-te dizer
Adeus...
Milton Araújo.
STILL
This breeze brings some peace,
And inspires me to write this poem.
I wander thru deserted streets,
Like a drunk firefly
Diving into the night.
My heart is burning.
I see without being seen,
I speak and nobody listens...
You follow your destiny, away from me.
I save dreams along with lost illusions,
While my heart still insists on hope...
Milton Araújo.
EPITÁFIO I
Peço perdão a todos
Por aquilo que deixei de fazer.
Milton Araújo.
EPITÁFIO II
Aprés moi, le deluge...
Milton Araújo.
Adormecida em sombras,
Enquanto o vento
Debocha do teu silêncio,
Invade tuas entranhas,
Desnuda teus segredos.
Faz-te fria.
O calor da tua vida fugiu
Sem encarar suas verdades.
Escondeu-se aos cantos,
Temendo suas cinzas.
Milton Araújo.
SHAKESPEAREANDO I
Amar ou não amar,
Eis a maldição...
Milton Araújo.
SHAKESPEAREANDO II
Esquecer ou não esquecer,
Eis a solidão...
Milton Araújo.
PRETENSÃO
Quero te fazer poema.
Empresta-me o teu sorriso,
Quero um dia sem tristeza.
Empresta-me a tua voz,
Quero conversar com os anjos.
Empresta-me os teus olhos,
Quero contemplar a Deus.
Empresta-me o teu coração,
Quero fazê-lo amar o meu.
Milton Araújo.
SAUDADE
Mal sem remédio.
Tortura,
Atormenta.
Tenho saudade
Daquilo que nunca tive.
Daquilo que terminou
Sem ter começado...
Sonho dourado
Encantado
Impossível.
Olhos brilhantes
Qual estrelas coloridas.
Rara flor,
De indescritível beleza.
Surgiu no meio de um deserto,
Mas não se deixou ficar,
Deixou apenas
A marca da saudade.
Ocupa o meu pensamento,
Faz parte dos meus sonhos,
Mas não da minha vida...
O tempo
Pode esmaecer esta imagem
Na minha memória.
Mas ela permanecerá,
Para sempre nítida,
Em meu coração...
Milton Araújo.
DEVANEIO I
Quando vens, te vejo.
Ou será o intenso desejo,
(O forte pensamento)
Que te traz à minha memória
E repete a nossa história?
Milton Araújo.
UMA QUESTÃO DE TEMPO
Qu’eu quero ganhar tempo.
Adiar o sofrimento.
Voltar no tempo,
Fazer tudo de novo.
Um novo tempo.
Tempo novo.
Marcas do teu tempo
Que o tempo não consegue levar.
Quem fez este tempo louco?
Passa tempo...
Tanto penso em ti,
No tempo de te pensar,
Que quase não sobra mais tempo,
Nem um pouco...
Nem pra viver
Quanto mais de novo amar.
Milton Araújo.
PLATÔNICO
Triste sina
Amor silencioso
Presença de sombra
Ausência de senso
Olhar sutil
Carinho abstrato
Fantasia inútil
Vida perdida.
Milton Araújo.
MÁSCARA
Que, fingindo, entra em cena.
Sente e finge o que não diz.
Finge dizer o que sente.
Inconstante estrela cadente
A fingir eternidade,
Quando a vida é só passagem.
Transforma sonho em imagem,
Ilusão é solução.
O semântico fica romântico.
Tem sempre a incerteza por perto,
Conta o acaso como certo.
Traz no peito um grito surdo,
Vazio, cheio de tudo.
Sente o que não existe,
Desiste do que sente.
Ainda uma vez outra,
Para fugir do seu destino,
Finge que voa alto.
Desce o pano,
Fim do primeiro ato.
Milton Araújo.
TORMENTO
No começo, encanto.
Depois, surpresa, espanto.
Agora, retrato jogado num canto.
O sorriso virou pranto
A alegria virou lamento.
Procuro na vida o alento
De te ver de novo, por um momento,
Pois ainda te amo tanto...
Milton Araújo.
INÚTIL
Procurei outra com o teu rosto,
Teu jeito,
Teu sorriso,
Tua meiguice.
Só para ter o desgosto
De saber-te única no mundo.
Milton Araújo.
SOMBRIO
Num lugar ermo
Um coração enfermo
Espalha ali mesmo
Sentimentos a esmo
Milton Araújo.
Equacionei um sentimento:
Somando amor com ternura,
Subtraindo sofrimento,
Multiplicando emoções,
Dividindo momentos.
Mas uma vida intrometida,
Fez tudo virar saudade.
Milton Araújo.
The wind announces the cold
The hopes reborn in our hearts
And show us the Empire of Love.
Teach us how to love
The good side of our own lives.
It’s the enchanted stone
Which makes our heads spin.
When the winter comes...
The Love knocks at our doors,
Lights all stars in our hearts.
We walk on the streets
Looking for the remote happiness,
Like it was our last star.
When the winter comes...
The afternoon ends
Biding us farewell by the skyline.
We leave the boredom
And gain the time,
The eternal illusion of eternity...
When the winter comes...
We go out wearing the sweet sensation
That a wine, a smile or a sunset
Will make our lives
Dive into the light land of happiness,
And the one who we love
Will appear from the mist,
So as to save us
And lead us to the endless night of passion.
When the winter comes...
The tenderness is decreed,
The Realm gives the food
To recover our souls
And prevent us from troubles
When the winter comes...
We just love.
Even the most sad and desolated heart
Will reborn to the verb ‘to love’,
And it will love in the morning,
Far from shadows
Beyond the Love’s limits itself...
Milton Araújo.
שָׁלוֹם עֲלֵיכֶם (Shalom aleikhem) - Que a Paz esteja contigo!
السلام عليكم (Salaam Aleikum) - Que a Paz esteja contigo!
שָׁלוֹם עֲלֵיכֶם (Shalom aleikhem) - Que a Paz esteja contigo!
السلام عليكم (Salaam Aleikum) - Que a Paz esteja contigo!
Crédito da Imagem: http://t3.gstatic.com |
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