terça-feira, 7 de outubro de 2014

Pai Rico, Pai Pobre - Robert Kiyosaki

“O resultado mais valioso em toda educação é conseguir que se faça o que devemos fazer, quando isso deve ser feito, queiramos ou não. É a primeira lição a ser aprendida. E mesmo que o treinamento tenha começado muito cedo, provavelmente, na última lição é que se compreenderá tudo”. [Thomas Huxley] 


Estava pronto e preparado para enfrentá-lo. Até meu pai de verdade estava furioso com ele. Meu verdadeiro pai, aquele que chamo de pai pobre, pensou que meu pai rico estava infringindo a legislação sobre trabalho de menores e deveria ser investigado. Meu instruído pai pobre me falou que eu deveria exigir o que merecia. Pelo menos 25 centavos por hora. Falou ainda que se não conseguisse o aumento deveria me demitir imediatamente.
De qualquer maneira você não precisa dessa droga de emprego falou meu pai pobre indignado.
Às 8:00 da manhã de sábado eu estava entrando pela velha porta da casa de Mike.
Sente e espere na fila falou o pai do Mike quando entrei. Ele então se virou e foi para o pequeno escritório que ficava junto de um quarto de dormir.
Olhei em volta e não vi Mike em lugar algum. Achando tudo meio esquisito, sentei perto daquelas duas mulheres, as mesmas que lá estavam três semanas antes. Elas sorriram e me deram um lugar no sofá.
Passaram-se 45 minutos e eu estava possesso. As duas mulheres já tinham falado com ele e saído há meia hora. Um senhor mais velho ficou lá vinte minutos e foi embora.
A casa estava vazia e eu sentado na sala antiquada, escura, numa bela manhã do Havaí, esperando para falar com um avarento explorador de menores. Podia ouvi-lo se movimentando no escritório, falando ao telefone e me ignorando. Queria sair dali, mas por alguma razão fiquei.
Finalmente, quinze minutos depois, exatamente às 9:00, o pai rico apareceu sem dizer palavra e me fez sinal com a mão para entrar no modesto escritório.
Parece que você está querendo um aumento ou vai largar falou pai rico rodando a cadeira giratória.
Bem, o senhor não está cumprindo sua parte do acordo falei quase em prantos. Para um garoto de nove anos era de fato apavorante confrontar um adulto.
O senhor falou que, se eu trabalhasse para o senhor, o senhor ia me ensinar. Eu trabalhei. Dei duro. Larguei meus jogos de beisebol para trabalhar. E o senhor não cumpriu sua palavra. Não me ensinou nada. O senhor é um desonesto, como todo o mundo fala. O senhor é ganancioso. O senhor só quer todo o dinheiro e não se preocupa com seus empregados. O senhor me deixou esperando e não me respeita. Eu sou apenas um garoto e mereço ser tratado melhor.
De sua cadeira giratória, as mãos no queixo, o pai rico me fitava. Parecia que estava me estudando.
É, nada mau falou. Em menos de um mês você já se parece com a maioria dos meus empregados.
O quê? exclamei. Como não entendia o que ele estava falando continuei reclamando. Pensei que o senhor ia cumprir sua parte do acordo e me ensinar. Em lugar disso o senhor quer me torturar? Isso é cruel. Muito cruel.
Estou lhe ensinando falou calmamente o pai rico.
O que o senhor me ensinou? Nada! repliquei furioso. Nem falou comigo depois que eu aceitei trabalhar por uma merreca. Dez centavos por hora. Eu devia denunciar o senhor ao governo. Existem leis sobre o trabalho infantil, o senhor sabe disso. Meu pai trabalha para o governo.
Uau! disse pai rico. Agora você parece com a maioria das pessoas que trabalharam para mim. Pessoas que eu mandei embora ou que se demitiram.
O que o senhor tem a me dizer? questionei, sentindo-me muito corajoso para um moleque. O senhor mentiu para mim. Trabalhei e o senhor não manteve sua palavra. Não me ensinou nada.
E como você sabe que não lhe ensinei nada? perguntou calmamente pai rico.
Bom, o senhor nunca falou comigo. Trabalhei três semanas e o senhor não me ensinou nada disse com cara de zangado.
Ensinar quer dizer falar ou dar uma aula? perguntou pai rico.
Sim, lógico respondi.
É assim que a escola ensina ele disse sorrindo. Mas não é assim que a vida ensina você e eu diria que a vida é o melhor dos mestres. Na maioria das vezes a vida não fala com você. É mais como se ela lhe desse um empurrão. Cada empurrão é a vida dizendo "Acorde. Quero que aprenda alguma coisa". 
"Do que este cara está falando?", pensei com meus botões. "A vida me empurrando era a vida falando comigo?" Agora tinha certeza de que deveria largar o emprego. Eu estava falando com alguém que não regulava bem.
Se você aprender as lições da vida, você vai se dar bem. Se não, a vida vai continuar dando trancos em você. Alguns apenas deixam a vida continuar batendo neles. Outros ficam zangados e batem de volta. Mas eles batem no patrão ou no emprego, no marido ou na mulher. Eles não sabem que é a vida que está batendo.
Eu não tinha a menor idéia do que ele estava falando.
A vida bate em todos nós. Alguns desistem. Outros lutam. Alguns aprendem a lição e seguem em frente. Eles recebem satisfeitos os trancos da vida. Para estes, isso quer dizer que precisam e querem aprender alguma coisa. Eles aprendem e prosseguem em frente. A maioria desiste e uns poucos, como você, lutam.
Pai rico ficou em pé e fechou a velha janela de madeira que precisava de conserto. Continuou:
Se você aprender esta lição, você se tornará um jovem sábio, rico e feliz. Se você não aprender, passará a vida culpando um emprego, um baixo salário ou seu chefe pelos seus problemas. Passará sua vida esperando por um golpe de sorte que resolva seus problemas de dinheiro. 
Pai rico olhou para mim a fim de verificar se eu ainda estava ouvindo. Seus olhos encontraram os meus. Estabeleceu-se uma comunicação entre nossos olhares. Finalmente, me afastei ao perceber que tinha assimilado esta última mensagem. Sabia que ele estava certo. Eu o estava culpando e eu tinha pedido para aprender. Eu estava lutando.
Pai rico continuou:
Se for o tipo de pessoa que não tem garra, desistirá toda vez que a vida bater em você. Se for uma pessoa assim, passará sua vida buscando segurança, fazendo as coisas certas, esperando por algo que nunca vai acontecer. E, então, morrerá como um velho rabugento. Terá um monte de amigos que gostam de você, porque é um cara trabalhador. Você passa a vida na rotina, fazendo as coisas certas. Mas a verdade é que a vida o leva à submissão. No fundo, no fundo, você tem pavor de se arriscar. Queria, na verdade, vencer, mas o medo de perder é maior do que o entusiasmo da vitória. No íntimo, só você saberá que não foi atrás disso. Você escolheu a segurança.
Nossos olhos voltaram a se encontrar. Por dez segundos ficamos nos encarando e só depois que a mensagem foi recebida nossos olhos se afastaram.
O senhor estava "me empurrando"? perguntei.
Algumas pessoas achariam isso sorriu pai rico. Eu diria que apenas lhe mostrei o gostinho da vida.
Que gostinho da vida? respondi ainda zangado, mas agora curioso. Pronto, até, para aprender.
Vocês dois, garotos, foram as primeiras pessoas na vida que me pediram para lhes ensinar a ganhar dinheiro. Tenho mais de 150 empregados e nenhum deles me perguntou o que eu sei sobre dinheiro. Eles me pedem um emprego e um salário, mas nunca que lhes ensine sobre o dinheiro. De modo que a maioria deles passará os melhores anos de suas vidas trabalhando pelo dinheiro, sem entender realmente para que é que eles estão trabalhando.
Eu estava ouvindo atentamente.
Assim, quando Mike falou que você queria aprender como ganhar dinheiro, resolvi planejar um curso que se aproximasse da vida real. Eu poderia falar horas, mas você não escutaria nada. Portanto resolvi deixar que a vida batesse um pouco em você para que pudesse me escutar. E por isso que só pago 10 centavos.
E qual é a lição que aprendi trabalhando por apenas 10 centavos a hora? perguntei. Que você é mesquinho e explora seus empregados?
Pai rico se inclinou para trás e soltou uma gargalhada. Finalmente, quando parou de rir, falou:
E melhor que você mude seu ponto de vista. Pare de me culpar pensando que eu sou o problema. Se você pensa que eu sou o problema, então terá que me modificar. Se perceber que você é o problema, então poderá modificar a si mesmo, aprender alguma coisa e tornar-se mais sábio. A maioria das pessoas quer que todos no mundo mudem, menos elas próprias. Mas eu lhe digo: é mais fácil mudar a si próprio que a todos os demais.
Não entendo falei.
Não me culpe por seus problemas falou pai rico dando sinais de impaciência.
Mas o senhor só me paga 10 centavos.
E então, o que você está aprendendo? perguntou pai rico com um sorriso.
Que o senhor é mesquinho respondi com uma risadinha.
Está vendo, você acha que eu sou o problema retrucou pai rico.
Mas o senhor é.
Bem, continue assim e você não aprenderá nada. Pense que sou o problema, então quais são suas escolhas?
Bem, se o senhor não me pagar mais ou não me respeitar mais e me ensinar, eu largo tudo.
Muito bem disse pai rico. E isso é exatamente o que faz a maioria das pessoas. Elas se demitem e começam a procurar outro emprego, uma oportunidade melhor e um salário mais alto, pensando que um novo emprego ou um salário mais alto resolverão o problema. Não é o que acontece na maioria dos casos.
Então, o que resolve o problema? perguntei. Pegar esses miseráveis 10 centavos por hora e sorrir? Pai rico sorriu.
Isso é o que fazem as outras pessoas. Apenas aceitam o pagamento sabendo que eles e suas famílias lutarão com dificuldades financeiras. Mas é tudo o que fazem, esperando um aumento na ilusão de que mais dinheiro resolverá o problema. A maioria se conforma e alguns procuram um segundo emprego, trabalhando mais, mas continuam aceitando um contracheque ínfimo.
Fiquei olhando para o chão, começando a entender a lição que pai rico estava apresentando. Podia sentir que tinha um gosto de vida. Finalmente, olhei para cima e repeti a pergunta:
Então, o que é que resolve o problema?
Isto disse ele dando-me um ligeiro tapinha na cabeça. Essa coisa que está entre suas orelhas.
Foi nesse momento que pai rico me mostrou o ponto de vista central que o separava de seus empregados e de meu pai pobre e que mais tarde o levou a tornar-se um dos homens mais ricos do Havaí, enquanto meu pai, muito instruído, mas pobre, lutou com problemas financeiros durante toda sua vida.
Era um ponto de vista singular que fez toda a diferença durante uma vida inteira.
Pai rico repetia de vez em quando esse ponto de vista que eu chamo a Lição l.
"Os pobres e a classe média trabalham pelo dinheiro. Os ricos fazem o dinheiro trabalhar para eles."
Naquela bela manhã de sábado eu estava aprendendo um ponto de vista diferente daquele que meu pai pobre me ensinara. Aos nove anos de idade eu percebia que ambos os pais queriam que eu aprendesse. Ambos me incentivavam a estudar... mas não as mesmas coisas.
Meu pai muito instruído recomendava que fizesse o que ele fizera: "Filho quero que você estude muito, que tenha boas notas, para que você possa conseguir um bom emprego, seguro, em uma grande empresa, que lhe traga grandes benefícios". Meu pai rico queria que eu aprendesse como funciona o dinheiro para que eu pudesse colocá-lo a trabalhar para mim. Essas lições eu aprenderia ao longo da vida, sob sua orientação e não na sala de aula.
Meu pai rico continuou a primeira lição:
Fico contente em ver que você se enfureceu por trabalhar por 10 centavos a hora. Se não tivesse se zangado e tivesse aceitado isso satisfeito, teria que lhe dizer que não poderia ensinar nada. Veja, aprender de verdade exige energia, paixão e um desejo ardente. A raiva é uma grande parte desta fórmula, pois a paixão é uma combinação de raiva e amor. No caso do dinheiro, a maioria das pessoas prefere não arriscar e se sentir seguras. Ou seja, não são conduzidas pela paixão, são conduzidas pelo medo.
E por isso que elas aceitam um emprego com salário baixo? perguntei.
Sim respondeu pai rico. Algumas pessoas dizem que eu exploro os empregados porque não pago tanto quanto a usina de açúcar ou o governo. Eu digo que as pessoas exploram a elas mesmas. O medo é delas, não meu. 
Mas o senhor não acha que deveria pagar mais para elas? indaguei.
Não tenho que fazê-lo. E, além disso, mais dinheiro não vai resolver o problema. Veja seu pai. Ele ganha bastante dinheiro e ainda assim não dá conta das despesas. A maioria das pessoas, se receber mais dinheiro, apenas passará a se endividar mais.
Daí os 10 centavos por hora eu disse rindo. E parte da lição.
Certo sorriu pai rico. Você vê, seu pai estudou muito de modo que conseguiu um salário alto. Mas ele ainda tem problemas financeiros porque nunca aprendeu nada sobre dinheiro na escola. E ainda por cima, ele acredita em trabalhar pelo dinheiro.
E o senhor não acredita? perguntei.
Não, de verdade não disse pai rico. Se você quiser aprender a trabalhar pelo dinheiro então fique na escola. E um bom lugar para aprender isso. Mas se você quer aprender como fazer o dinheiro trabalhar para você, então vou lhe ensinar como fazer. Mas só se você quiser aprender.
E todo o mundo não quer aprender isso? indaguei.
Não respondeu pai rico. Simplesmente porque é mais fácil aprender a trabalhar pelo dinheiro, em especial se o medo é a principal emoção quando se trata de discutir dinheiro.
Não estou entendendo retruquei franzindo as sobrancelhas.
Não se preocupe com isso, por enquanto. Saiba apenas que é o medo que faz a maioria das pessoas trabalhar num emprego. O medo de não pagar as contas. O medo de ser mandado embora. O medo de não ter dinheiro suficiente. O medo de começar de novo. Esse é o preço de aprender uma profissão ou habilidade e então trabalhar pelo dinheiro. A maioria das pessoas se torna escrava do dinheiro... e fica zangada com o patrão.
Aprender a pôr o dinheiro a trabalhar para a gente é um tipo de estudo totalmente diferente? perguntei.
Sem dúvida, sem dúvida respondeu pai rico.
Ficamos sentados em silêncio contemplando a bela manhã. Meus amigos deviam estar começando seu jogo de beisebol infantil. E, por alguma razão, agora eu estava feliz de ter decidido trabalhar por 10 centavos a hora. Sentia que estava a ponto de aprender alguma coisa que meus colegas não aprenderiam na escola.
Pronto para aprender? perguntou pai rico.
Sem dúvida respondi com um risinho.
Estou cumprindo minha promessa. Estive ensinando a você de longe falou pai rico. Aos nove anos de idade você teve um gostinho do que é trabalhar pelo dinheiro. Multiplique seu mês passado por quinze anos e você terá uma idéia do que muitas pessoas passam a vida fazendo.
Não entendo falei.
Como você se sentiu esperando na fila para falar comigo? Uma vez para ser contratado e outra para pedir um aumento?
Péssimo disse.
Quando se opta por trabalhar pelo dinheiro, essa é a vida que levam muitas pessoas disse pai rico. E como se sentiu quando a senhora Martin pôs na sua mão 30 centavos por três horas de trabalho?
Achei que não era suficiente. Parecia que não valia nada. Fiquei desapontado respondi.
E assim que a maioria dos empregados se sente quando recebe seus contracheques. Especialmente com todos os descontos de impostos e outros itens. Pelo menos você recebeu 100%.
O senhor está dizendo que a maioria dos empregados não recebe tudo? perguntei espantado.
Claro que não! disse pai rico. O governo sempre tira sua parte antes.
E como é que ele faz? perguntei.
Impostos disse pai rico. Você paga impostos quando ganha. Você paga impostos quando gasta. Você paga impostos quando poupa. Você paga impostos quando morre.
Por que é que as pessoas deixam que o governo faça isso com elas?
Os ricos não deixam disse pai rico com um sorriso. Os pobres e a classe média deixam. Aposto que ganho mais que seu pai e contudo ele paga mais impostos.
E como pode ser? perguntei. Aos nove anos de idade isso não fazia sentido para mim. Por que alguém deixaria o governo fazer isso com ele?
Pai rico ficou sentado em silêncio. Acho que ele queria que eu ouvisse, em lugar de ficar falando besteira.
Finalmente me acalmei. Não tinha gostado do que ouvira. Sabia que meu pai vivia reclamando dos impostos que pagava, mas na verdade não tomava nenhuma atitude quanto a isso. A vida estaria batendo nele?
Pai rico se balançava em sua cadeira tranqüilamente enquanto olhava para mim.
Pronto para aprender? perguntou. Fiz que sim com a cabeça, lentamente.
Como já falei, há muito a aprender. E aprender como se faz o dinheiro trabalhar para a gente é estudo para uma vida inteira. A maioria das pessoas fica quatro anos numa faculdade e aí termina os estudos. Eu sei que meu estudo sobre o dinheiro vai continuar toda minha vida, simplesmente por que quanto mais sei, mais descubro que tenho que aprender ainda. As pessoas em geral nunca estudam o assunto. Trabalha-se, recebe-se o salário, confere-se os canhotos do talão de cheques e isso é tudo. E ainda se espantam porque têm problemas de dinheiro. Então pensam que mais dinheiro vai resolver a situação. Poucos percebem que lhes falta instrução financeira.
Então papai tem dificuldade com os impostos porque ele não entende de dinheiro? perguntei confuso.
Olha disse pai rico. Os impostos são apenas uma pequena parte do aprendizado para fazer o dinheiro trabalhar para você. Hoje, eu só queria descobrir se você ainda tem a paixão de aprender sobre dinheiro. A maioria das pessoas não tem. Elas querem ir para a escola, aprender uma profissão, divertir-se no trabalho e ganhar rios de dinheiro. Um dia acordam com sérios problemas financeiros e então não podem parar de trabalhar. Esse é o preço de só saber como trabalhar pelo dinheiro em lugar de estudar para saber como pôr o dinheiro a trabalhar para você. E então, você continua apaixonado por aprender? perguntou pai rico. Acenei afirmativamente com a cabeça. Bom disse pai rico. Agora de volta ao trabalho. Desta vez não vou lhe pagar nada.
O quê? perguntei espantado.
Você ouviu. Nada. Trabalhará as mesmas três horas no sábado, mas desta vez não receberá os 10 centavos por hora. Você disse que queria aprender a não trabalhar pelo dinheiro, sendo assim não vou pagar nada.
Eu não podia acreditar no que estava ouvindo.
Já tive esta conversa com o Mike. Ele já está trabalhando, tirando a poeira e arrumando as latas para mim. Melhor você se apressar e correr para lá.
Não é justo gritei. O senhor tem que pagar alguma coisa.
Você disse que queria aprender. Se não aprender isso agora, será como aquelas duas mulheres e o homem que estavam sentados na minha sala: trabalham pelo dinheiro e esperam que eu não os mande embora. Ou como seu pai, ganhando rios de dinheiro apenas para ficar endividado até o pescoço e esperando que mais dinheiro resolva o problema. Se for isso o que você quer, então volte para aqueles 10 centavos a hora. Ou você pode ainda fazer aquilo que muitas pessoas acabam fazendo: reclamar que o salário não é suficiente, demitir-se e procurar outro emprego.
Que é que eu faço? perguntei.
Pai rico deu um tapinha em minha cabeça.
Use isto falou. Se você usar bem, logo estará me agradecendo por ter-lhe dado uma oportunidade de se tornar um homem rico.
Fiquei parado, sem acreditar que eu estivesse embarcando nessa canoa. Queria conseguir um aumento e acabei sendo convencido a trabalhar de graça.
Pai rico voltou a dar um tapinha na minha cabeça e disse:
Use isto. Agora fora daqui, de volta ao trabalho.

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