segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quer reter o profissional na empresa? Aumentar o salário pode não ser suficiente

"Sentir-se útil e ver que faz a diferença dentro da organização ajuda muito a manter o profissional dentro dela", diz especialista.

Por Redação Administradores, www.administradores.com.br

Fonte: http://www.google.com.br/imghp

Profissionais qualificados, empresas renomadas, inúmeros benefícios, plano de carreira e falta de profissionais. Este cenário vem se tornando cada vez mais comum nos últimos anos no Brasil. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sugerem que a taxa de rotatividade no país subiu quase 2% em quatro anos, de 34,3%, em 2007, para 36%, em 2011.

Essa constante migração de executivos, diretores e funcionários é mais comum em setores aquecidos da economia. Até empresas que oferecem benefícios além do usual acabam perdendo seus colaboradores. Quando estas constatações aparecem na mídia cabe perguntar se é de fato o que o funcionário ganha que o faz permanecer em uma organização por um longo tempo.

Para Tatsumi Roberto Ebina, sócio-fundador da consultoria de gestão Muttare, a remuneração não é determinante para a permanência ou não do profissional na empresa. "A rotatividade está vinculada à mesmice que predomina no ambiente da maioria das empresas, que pratica o modelo hierarquizado de gestão contaminado pelas práticas inadequadas de 'gestão de pessoas' da maioria dos chefes que povoam a estrutura organizacional. As pessoas não suportam trabalhar em ambientes onde não possam se realizar e, tampouco, suportar chefes inadequados. É preciso repensar a administração dessas empresas".

A falta de autonomia e poder de decisão, para muitos profissionais, pode ser considerado o principal obstáculo dentro de uma empresa, e, consequentemente, um dos principais fatores que se coloca na balança na hora da mudança.

Ebina destaca que ao longo dos anos, o profissional se desmotiva com a função que exerce porque não vê perspectivas de ser mais e melhor, de se realizar profissionalmente. "O profissional não consegue enxergar para onde ele pode crescer em função dos impedimentos que uma estrutura hierarquizada gera. Isso, além de desestimulá-lo, irá fazer com que o profissional busque oportunidades em outra empresa que conseguirá preencher essa lacuna, dando mais autonomia e poder para ele resolver determinadas situações".

Para encarar essa questão, as empresas precisam ficar atentas a fatores que vão além da questão salarial. "Eliminar níveis de comando e controle, dar poder de decisão aos funcionários que lidam diretamente com os problemas na relação com o cliente, seja ele de qualquer nível hierárquico, fariam o colaborador repensar e seriamente se trocaria de empresa, e iria para um ambiente inibidor. Sentir-se útil e ver que faz a diferença dentro da organização ajuda muito a manter o profissional dentro dela", conclui Ebina.

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