domingo, 12 de junho de 2011

Saiba conciliar namoro e vida profissional

Incluir o parceiro nos projetos e estar aberto a diálogos são um bom começo

Por Carolina Gonçalves

"Como manter um relacionamento estável se estou tão concentrado na carreira?" "Como focar no meu trabalho e ainda dar atenção ao meu companheiro?" Essas e outras dúvidas permeiam a cabeça de muitos casais, tanto na fase de namoro quanto no casamento.

Afinal, é possível conciliar carreira e relacionamento? O Minha Vida mostra que, além de ser possível, os hábitos necessários para alcançar essa meta podem ser simples. Conversamos com especialistas no assunto para procurar resolver os principais dilemas daqueles não conseguem colocar trabalho e relacionamento no mesmo espaço.

Planos
Você pode ter grandes planos para a sua carreira e querer mantê-los do jeito que estão. Muitas vezes, porém, essas projeções no trabalho não incluem diretamente o parceiro ou parceira, o que pode gerar conflitos. O psicólogo de casais Arthur Müller afirma que um plano só se torna possível quando considera todos os envolvidos. "O casal precisa fazer planos conjuntos, considerando o futuro de cada um juntamente com o futuro do casal".

Podemos colocar assim: um precisa trabalhar, o outro precisa terminar a pós-graduação e o casal precisa investir em um novo lar para morar. De acordo com Arthur, cada um desses três elementos deve ter seu espaço e, ao mesmo tempo, acomodar as possibilidades dos demais.

Eu ganho mais, eu mando mais
Muitas vezes, essa discussão aparece quando uma das partes no casal ganha mais ou é mais bem sucedida que a outra. A falta do diálogo e da compreensão de que ambos devem pagar as despesas juntos pode gerar a sensação de que quem arca com mais gastos tem direito de "mandar mais".

Segundo a jornalista comportamental Acácia Lima, é imprescindível que exista uma conversa franca sobre quanto cada um ganha e uma divisão justa do orçamento - seja um jantar no restaurante ou uma conta de luz. "Essa proporção equilibrada torna o casal mais íntimo e mais honesto, pois há consideração com o esforço do outro. Isso é companheirismo", conta.

O psicólogo Arthur afirma que, se o casal encara as questões financeiras e até outros pormenores do relacionamento com um tom contratual, há problemas maiores envolvidos. "Um deveria ficar feliz pela conquista do outro. Se isso não ocorre, é necessário investigar de forma detalhada como tal impossibilidade se sustenta. Para que se destruírem?", alerta.

Mulher trabalha ou cuida da casa?
Alguns homens acreditam que devem trabalhar enquanto a mulher deixa seus projetos de lado, principalmente quando o casal tem - ou pensa em ter - filhos. No entanto, isso está longe de ser uma regra e depende das preferências da própria mulher.

De acordo com Acácia, se o homem tem esse comportamento é preciso, antes de mais nada, que a mulher entenda que o parceiro não manifestou esse sentimento de uma hora pra outra. "Durante todo o namoro, cerDevo largar a carreira para cuidar da família? Há pessoas que escolhem deixar sua carreira de lado, pois acham que devem se dedicar inteiramente à família recém criada. Isso acontece, sobretudo, com as futuras mães, mas é uma decisão que exige cuidado, pois depende do gosto e das projeções de cada um.

A frustração pode vir dos dois lados: pessoas que gostam mais de trabalhar podem se arrepender de largar a carreira, enquanto aquelas que preferem cuidar da família podem se sentir infelizes com a escolha de se dedicar demais ao trabalho.

Por isso, o conselho é manter sempre um diálogo aberto antes de tomar qualquer atitude e prestar atenção nas reais preferências e necessidades. "Hoje, os homens são mais abertos para os arranjos domésticos", lembra Arthur. Portanto, uma alternativa pode ser fazer pequenas mudanças na rotina para que ambos sigam com suas carreiras e ainda tenham tempo de cuidar da família e das tarefas da casa.tamente, ele sinalizou essa postura. Portanto, ao casar, é natural que ele a mantenha", diz. Ela afirma que a mulher precisa reavaliar sua atitude e, aos poucos, começar a manifestar sua vontade de trabalhar de uma forma que não gere conflito. "Afinal, na cabeça masculina, ela já tinha 'aceitado' o jeito dele."

Super independência
Para conquistar uma posição de prestígio na carreira, muitas vezes a pessoa tem que ser "durona", mostrando autoconfiança e independência. Sem querer ou de propósito, o indivíduo pode transferir suas mãos de ferro para o relacionamento. Nesses casos, é comum achar que, para manter sua independência no relacionamento, é preciso agir com a mesma frieza com que age na carreira.

"A possibilidade de ganhar o próprio dinheiro é um elemento que contribui muito para a elevação da autoestima. Tristes eram os tempos em que o homem era o provedor e a mulher, a do lar", diz Arthur. Ele acredita que essa assertividade está longe de ser ruim, mas não pode ser exagerada. Se o companheiro estiver se sentindo incomodado com essa atitude, Acácia diz que ele deve ter a sensibilidade de manifestar essa insatisfação, enquanto, o outro, deve escutar a crítica e entender que, às vezes, é preciso ser um pouco menos firme.

Independência ou individualismo?
Esses termos são frequentemente confundidos. Ter independência financeira e manter uma carreira não quer dizer deixar o amor de lado. É muito comum vermos, principalmente em filmes, casais que são extremamente bem-sucedidos em suas carreiras, mas são um desastre no relacionamento.

Acácia explica que essa "frieza" entre os casais bem-sucedidos é, em geral, uma incapacidade de dividir coisas como um todo - e não apenas o sucesso.

De acordo com Arthur, deve haver um intenso apoio de um para com o outro em todos os âmbitos da relação e o trabalho não pode ofuscar isso. "O conjunto é maior que a soma de cada componente separado. O casal se une e, juntos, realizam mais do que cada um faria separadamente", explica. Para aqueles que pensam que só porque dão importância para a carreira estão sendo menos carinhosos, siga o conselho de Arthur e lembre-se de que "o amor se expressa nas mais variadas formas".

Não tenho tempo!
Muitos casais reclamam não ter tempo para o outro por conta de suas carreiras, que os obrigam a deixar o parceiro "na gaveta". Em situações como essa, é comum uma das partes se dedicar mais tempo ao trabalho que a outra, e essa última acaba ficando para escanteio.

De acordo com Arthur, o caminho é o bom e velho diálogo. O companheiro precisa entender que nem sempre o outro tem tempo, e este também deve ter a sensibilidade de incluir o parceiro o quanto for possível em sua vida. "Nesse caso, a lógica seria a de que o menor tempo conjunto é o 'preço' pelo sucesso!", completa.

Quero manter os meus projetos
Isso pode, sim, ser viável e não é necessário muito drama. Novamente, caímos no esclarecimento de que independência não quer dizer individualismo, ou seja, você sempre pode incluir o parceiro nos seus projetos, fazendo desde uma conversa para trocar opiniões até uma sociedade. Acácia conta que, "em um relacionamento onde ambos estão afinados, um participa da vida do outro e entende o que é de cada um".

Arthur diz que eu um casal não pode ser reduzido a projetos, mas que é possível manter aspirações individuais, desde que a família e o parceiro sejam incluídos nessa jornada. "Levar um projeto depende da boa inclusão de todos os envolvidos. Qualquer esquecimento não corrigido e não verdadeiramente desculpado irá penalizar o projeto, a relação ou ambos".

Fonte: http://yahoo.minhavida.com.br/conteudo/13356-Saiba-conciliar-namoro-e-vida-profissional.htm
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