quarta-feira, 22 de junho de 2011

Empresários defendem política de inovação

Durante Conferência da Anpei, em Fortaleza, representantes do Sebrae e de outras instituições ressaltam papel do tema no cotidiano dos negócios

Por Tecris de Souza, Agência Sebrae de Notícias

Fonte: http://www.google.com.br/imghp

Fortaleza - A inovação saiu da lógica científica restrita e passou a integrar a lógica econômica, do desenvolvimento. É imprescindível que a política econômica brasileira seja orientada para o tema, num amplo entendimento, em especial, pelo empreendedor, de que este assunto é essencial para a maior competitividade das empresas brasileiras. A defesa de uma política econômica da inovação foi feita pelo presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Carlos Calmanovici, na 11ª Conferência da instituição, que se realiza até esta quarta-feira (22), no Centro de Convenções, em Fortaleza (CE).

Segundo Calmanovici, por meio da inovação as empresas reduzem custos, aumentam a eficiência dos processos e acessam novos mercados. Entretanto, afirmou, o Brasil ocupa posição além de alguns países não desenvolvidos, mas está muito aquém daqueles com economias desenvolvidas. "Posições intermediárias entre os países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) são inaceitáveis", alertou, ao assinalar que existe uma lacuna a ser preenchida pelas empresas brasileiras. "Há um amplo entendimento junto aos empresários de que inovar é essencial para a competitividade. É preciso alinhar a determinação com a política econômica para apoiar decisivamente a inovação", frisou.

Como representante do Ministério do Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior, a secretária nacional do Desenvolvimento da Produção, Heloísa Menezes, afirmou que são coincidentes as agendas do governo federal, da Anpei e da indústria, por meio da Mobilização Empresarial para Inovação (MEI), liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Heloísa Menezes afirmou que a nova política industrial está voltada para a competitividade, uma vez que o Brasil é visto do exterior como fonte de oportunidades promissoras. Disse que apesar de ainda ser pequena a base de empresas inovadoras no País, o governo federal trabalha junto com a iniciativa privada para colocar a inovação no centro da política de desenvolvimento industrial. "O número de empresas inovadoras ainda é reduzido, mas elas são capazes de induzir outras empresas que compõem suas cadeias produtivas", disse.

Chão de fábrica
O diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, destacou que a instituição trabalha para "trazer o conceito de inovação ao chão de fábrica", porém, os desafios são enormes, pois ainda prevalece a idéia de que ela custa caro, é sofisticação tecnológica e desnecessária. "Pelo contrário", assinalou o diretor. "Inovar é fazer diferente para fazer melhor com a sustentabilidade no centro dessa abordagem", destacou.

Conforme Carlos Alberto, a inovação incremental está mais perto dessas empresas, tendo em vista a forte demanda de setores geradores de empregos. Há ainda desafios como o acesso ao crédito - hoje as pequenas empresas respondem por 11% da demanda nacional neste item - e a questão cambial pela via da importação, processo que impacta diversos elos da cadeia de valor por meio da substituição por itens estrangeiros. "O Sebrae segue com dificuldades, mas a passos seguros, no apoio ao encadeamento produtivo, a exemplo das experiências bem-sucedidas com a Petrobras, Gerdau e Vale", disse.

Mais investimentos
O presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix, destacou que houve aumento dos investimentos federais em inovação tecnológica nos últimos anos, porém, a demanda é crescente. Segundo ele, em 2003 a Finep investiu R$ 300 milhões em pesquisa e atingiu cerca de 70 empresas. Em 2009, foram R$ 4 bilhões, que atenderam 2 mil empresas. "Um crescimento significativo em volume, mas nem tanto em qualidade, pois o número de empresas que inovam efetivamente ainda é pequeno", disse.

Glauco Arbix destacou ainda que pela primeira vez na história da Finep foi necessária medida para restringir o crédito por conta da crescente demanda por inovação. Neste ano, o Crédito Finep já executou R$ 1,2 milhão. E nos últimos três meses, mais R$ 1,4 milhão foram aplicados em projetos. Afirmou ainda que quanto mais transparente a oferta de crédito, mais o País avançará em processos de inovação. A questão, ponderou, é até que ponto os recursos estão sendo colocados no lugar certo, se estão sendo disponibilizados de forma pulverizada ou se as empresas têm dificuldade de absorver e alocar em inovação efetivamente.

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