terça-feira, 18 de outubro de 2011

Profissionais com mais de 50 anos podem contribuir com as organizações

Apesar do preconceito, empresas nacionais têm apostado no conhecimento desses profissionais para atender seus clientes.

Infomoney

Os trabalhadores com mais de 50 anos estão sendo cada vez mais valorizados pelas empresas brasileiras. Ao que parece, as mesmas têm apostado não apenas no conhecimento de tais colaboradores, mas na experiência destes profissionais. E ao contrário do que possam imaginar, as razões para requisitá-los costumam ir além do imaginado.

Além de serem conhecidos por sua cordialidade, paciência e pelo bom relacionamento interpessoal, os profissionais desta faixa etária são habilidosos no trato com os clientes em geral.

“As empresas, principalmente as de consumo em massa, estão começando a compor seu quadro de funcionários espelhando-se em seus clientes”, informa o diretor geral da Ricardo Xavier Recursos Humanos, João Xavier.

Em outras palavras, isso significa que as companhias estão procurando formar suas equipes baseadas no perfil de seus consumidores, que estão se tornando mais velhos também. “O Brasil está envelhecendo e os consumidores serão cada vez mais idosos”, diz Xavier.

Driblando o preconceito
Apesar do preconceito ainda existir, afinal, nem todas as empresas costumam ser favoráveis à contratação de profissionais com mais de 50 anos, a expectativa é que o mercado continue a contratar estes colaboradores nos próximos anos.

“As empresas estão tendo um excelente retorno deste tipo de contratação. A geração Y está percebendo suas falhas na liderança e tem recorrido cada vez mais à experiência dos sêniores”, acredita a vice-presidente da ABRH-Nacional (Associação Brasileira de Recursos Humanos), Elaine Saad.

Para ela, os profissionais dessa faixa etária agregam valor de uma forma madura e equilibrada, além de auxiliar o desenvolvimento das gerações mais jovens nas organizações.

Mercado em evidência
Já do lado profissional, as evidências apontam que muitos dos trabalhadores com mais de 50 anos acabam retornando ao mercado por uma necessidade financeira. Ao que parece, os mesmos estão em busca de um complemento de sua aposentadoria, renda familiar ou em busca de novos bens ou serviços.

Entre os mercados, o de engenharia civil e o de óleo e gás, são os que mais se destacam no momento. “São áreas que estão palpitantes no mercado nacional, seja pelo volume de investimentos ou pelo volume de vagas que fechamos em relação à outros setores. Tratam-se de dois pólos no Brasil”, diz a gerente de engenharia da Michael Page, Thaís Pegoraro.

De acordo com a profissional, que atende o segmento de engenharia no Rio de Janeiro, o mercado tem preferido os mais velhos justamente pela experiência de tais trabalhadores. “Os recém-formados ou com alguma experiência são pouco experimentados. O mercado percebeu que o valor da mão de obra do idoso é alto porque ele trabalhou muito e pode trazer uma margem de erro menor. Eu tenho feito muitas contratações para obras, por exemplo, de profissionais acima dos 50 anos”, diz Thaís.

Consultores
Nesse sentido, os consultores têm se beneficiado, afinal, são eles os mais requisitados pelas companhias para atuar como contratados nas organizações.

“As empresas menores têm uma necessidade de conhecimento muito grande e o custo normalmente pago para uma consultoria costuma ser dez vezes mais alto do que o valor pago na contratação de um profissional especializado. Por isso, para uma empresa, é mais vantajoso ter uma pessoa como consultor permanente, com os direitos e obrigações de um funcionário”, explica o administrador de empresas, Omar Ferreira, de 54 anos.

O empresário, que atua no mercado de varejo, garante ainda que as empresas estão em busca de talentos. “As pessoas de hoje foram preparadas para seguir o protocolo e não para fazer diferente. No passado o talento era importante. Hoje, é isso o que as empresas estão procurando”, diz Ferreira.

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