quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Marcas e confecções do Rio movimentam R$ 892 milhões

Estudo mostra que 41% das empresas faturam até R$ 36 mil.

Por Regina Mamede, Agência Sebrae

Empresas que movimentam até R$ 36 mil por ano respondem por 41% do faturamento anual de marcas e confecções cariocas. As que faturam até R$ 240 mil representam 35%, R$ 2,4 milhões, 20%, e apenas 4% delas superam esse patamar. Ao todo, o setor, considerado criativo e referência da moda brasileira, movimenta R$ 892 milhões por ano, mas enfrenta muitos problemas, que vão da escassez de mão de obra qualificada à falta de matéria-prima, disputa com produtos chineses e pouco incentivo para exportação.

Os números fazem parte da pesquisa "Territórios da Moda – a Indústria da Moda na Cidade do Rio de Janeiro", mapeamento inédito apresentado no dia 16, no auditório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Flamengo, zona sul da cidade.

Os dados foram coletados e analisados pelo Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito, a pedido da prefeitura, por meio do Instituto Pereira Passos (IPP), em parceria com o Sebrae no Rio de Janeiro. Participaram da pesquisa 201 empresas de vestuário, 151 estabelecimentos que respondem pelo fechamento e acabamento dos produtos, 255 costureiras, além de estilistas, acadêmicos e representantes do setor público. A estimativa é que mais de 4 mil empresas, entre formais e informais, façam parte deste universo na cidade do Rio. As informações servirão de base para formulação de políticas especificas.

Informalidade
A pesquisa revelou que mais de 48% das pessoas trabalham na informalidade. Para as empresas, a terceirização é considerada inevitável para o crescimento porque só dessa forma é possível fabricar em larga escala, sem arcar com a criação de novos postos de trabalho. Escapar dos altos encargos tributários foi outra razão apontada para a adoção desta prática. Impostos mais baixos é a segunda reivindicação dos empresários. A principal diz respeito à qualificação da mão de obra. Em contrapartida, os profissionais que prestam serviço defendem maiores salários, direitos trabalhistas, formalização e capacitação.

"Qualificar toda a cadeia produtiva é o principal fundamento para elevar o padrão dos serviços prestados. As empresas também precisam investir em um gestor de moda, profissional capacitado tanto para lidar com os fornecedores, como identificar com mais facilidade o potencial e o os pontos críticos da cadeia produtiva", defende o gerente da área de Desenvolvimento Industrial do Sebrae no Rio de Janeiro, Renato Regazzi.

A moda carioca é vista como reflexo de um estilo de vida espontâneo, criativo e leve. Com o crescimento da classe C, aumentou a demanda por peças mais sofisticadas e bem acabadas, o que acabou provocando um crescimento expressivo de confecções na zona oeste, que também são as maiores exportadoras para o Norte e Nordeste do Brasil.

"O estudo abre caminho para uma maior parceria entre o setor público e a sociedade civil que pode alavancar anda mais a riqueza da cidade, contribuindo para a redução da desigualdade", salientou o presidente do IPP, Ricardo Henriques.

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