sexta-feira, 29 de julho de 2011

Analfabetismo financeiro e juros elevados elevam inadimplência, afirma consultor

Desinformação sobre finanças leva muitas pessoas a terem seus nomes negativados em instituições de análise de crédito.

Por Redação, www.administradores.com.br

A inadimplência no Brasil, que já atinge 9% dos empréstimos segundo estimativa do Serasa, pode ser também resultado do analfabetismo financeiro do brasileiro. A observação é do consultor em finanças pessoais Marcelo Maron, que também é professor da UniEuro de Brasília (DF).

Segundo Maron, nenhuma escola ensina finanças pessoais aos alunos, sejam eles estudantes do ensino fundamental, médio ou até mesmo universitário. "O brasileiro sofre com endividamentos porque, na maioria dos casos, desconhece os juros que lhe são cobrados. Pouca gente sabe que ao comprar uma televisão financiada, por exemplo, podemos terminar pagando três aparelhos ao invés de um. Esses juros elevados, associados ao analfabetismo financeiro dos consumidores, levam ao crescimento da inadimplência", explica o consultor.

"É como se partíssemos do princípio de que todas as pessoas conhecem o assunto, e portanto ninguém precisasse ser ensinado. Como resultado disso vemos muitos jovens, que acabam de entrar na vida profissional, já endividados, precisando inclusive trancar matrículas em faculdades em função da falta de dinheiro", alerta.

Para Maron, a desinformação sobre finanças leva muitas pessoas a terem seus nomes negativados em instituições de análise de crédito, o que as impede de conseguir melhores opções de crédito para sanear dívidas. "Todo crédito fácil como cartão de crédito ou cheque especial, que é conseguido sem muita burocracia, é um crédito caro. As pessoas endividadas nesse tipo de crédito precisariam recorrer a créditos mais baratos, que exigem análise mais criteriosa, mas elas simplesmente não conseguem estas opções de financiamento quando têm seus nomes negativados em órgãos de análise de crédito, o que leva muitos a se conformar e abandonar as tentativas de solução negociada do problema, o que é a pior solução", assinala Maron.

De acordo com o consultor, pessoas que devem em cartões de crédito algo próximo a R$ 5.000,00 podem ter a dívida transformada rapidamente em algo como R$ 70.000,00, e depois de algum tempo, com nome negativado, recebem ofertas para liquidação desse débito gigantesco por meio de uma pagamento parcelado de R$ 8.000,00 ou R$ 9.000,00.

"O que as pessoas não percebem é que já estão pagando o dobro do que deviam, pelo simples fato de que a sobreposição de torna a dívida impagável. E isto muitas vezes vem disfarçado de um desconto enorme em cima de uma dívida irreal", alerta.

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