terça-feira, 26 de julho de 2011

Atualidades? Atualize-se!

Em um mundo caracterizado pela inédita velocidade das transformações, o tema Atualidades refere-se a acontecimentos de importância nacional ou planetária que podem ter acontecido há poucas semanas.

Por Fabrício Vieira de Moraes , www.administradores.com.br

Fonte: http://www.google.com.br/imghp

Muito se reclama da mão pesada dos vestibulares sobre o Ensino Médio. O programa dos exames universitários impõe, em grande medida, o conjunto de conteúdos curriculares das escolas básicas, fazendo com que o currículo se torne inchado e pouco arejado. Bem, essa influência é verdadeira e de resolução complexa, e justificou o surgimento do advento do ENEM e a recente reforma do Ensino Médio proposta pelo Conselho Nacional de Educação.

Mas não é este o tema deste artigo. Vamos falar de um efeito positivo dos vestibulares sobre as escolas, que vem ficando cada vez mais radicalizado. É a questão das Atualidades.

Há algum tempo, Atualidades eram aqueles assuntos ocorridos ao longo dos últimos anos, quando a massa principal dos conhecimentos tratados nas salas de aula tinha décadas ou séculos de existência. Muitas vezes eram tendências genéricas, como a preocupação ambiental ou o esfacelamento do comunismo.

Isso mudou. Em um mundo caracterizado pela inédita velocidade das transformações, o tema Atualidades refere-se a acontecimentos de importância nacional ou planetária que podem ter acontecido há poucas semanas. O mundo não se move mais como lentas jogadas de xadrez. Está mais para uma partida de tênis de mesa, e tirar os olhos da bolinha pode levar ao fim da partida.

Por isso, escolas e alunos que se preparam para os vestibulares de 2011, acautelai-vos, como diriam os antigos. Questão nuclear, mudanças climáticas, terremotos e maremotos, erros nos livros didáticos adquiridos pelo MEC, visita de Obama ao Brasil, bullying, redes sociais, código florestal – enfim, os assuntos estampados nas manchetes dos jornais estão na ordem do dia.

Mais do que isso: não serão cobrados nos exames como fatos estanques, que requerem apenas boa memória. Os acontecimentos da atualidade entram nos vestibulares como ingredientes de raciocínios cada vez mais complexos e análises cada vez mais críticas. Como os fatos se juntam? A que passado respondem e em que direção apontam? Vamos além: como eu, indivíduo, desenvolvo um ponto de vista e de que lado esse ponto de vista me coloca nas discussões que envolvem toda a sociedade?

Como se vê, tratar de Atualidades não é apenas incluir mais um capítulo na lista de conteúdos. É reorientar o pensamento pedagógico da Escola e a estratégia das aulas. Isso é muito saudável. Está mais do que na hora de nós, educadores, deixarmos de formar jovens que olham apenas para o passado, mas que sejam capazes de compreender o presente, para mudar nosso futuro.

Fabrício Vieira de Moraes é coordenador pedagógico da Divisão de Sistemas de Ensino da Editora Saraiva (www.sejaetico.com.br / www.souagora.com.br)

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