domingo, 10 de julho de 2011

Mar, sol e água fresca: um bom lugar para se fazer negócios

Responda rápido: caso pudesse escolher, você optaria por uma cidade com mar para viver, trabalhar e fazer negócios? Se disse sim, pertence à maioria dos que sonham com qualidade de vida e desenvolvimento profissional.

Por Daniela Arce , MBA.AmericaEconomia.com

Fonte: http://www.google.com.br/imghp

Ouvir moradores de Barcelona ou do Rio de Janeiro dizer que não deixariam suas cidades jamais não é difícil de se ouvir. E essa convicção não se dá apenas no âmbito pessoal, mas também no que diz respeito ao trabalho. O que têm em comum as duas cidades? Ambas têm praia, porto e encanto.

"Nas zonas costeiras o clima é mais suave, pela influência do mar. Isso é uma forma de atrair talentos. Mas, além da costa, é ideal que a cidade tenha um bom clima, suficientes dias de sol, água suficiente e instalações adequadas", explica José Ramón Pin, professor do Iesse Business School.

Esse é um dos argumentos que Barcelona tem utilizado para atrair empresas inovadoras. Nesses casos, o intercâmbio cultural é importante, o que junto com outros aspectos tem permitido que Barcelona – e também o Rio – sejam grandes zonas turísticas.

"Isso cria uma combinação entre descanso e trabalho, o que dá à população características especiais: gente que é capaz de se divertir trabalhando e vice versa, mais atenta ao cliente e mais extrovertida", afirma Pin. Mas ele também adverte que isso gera inconvenientes, como o fato de "o trabalho rigoroso e contínuo ser algo mais complicado de se conseguir, porque estão mais acostumados a projetos mais curtos e nos quais os detalhes não são importantes".

"As pessoas preferem viver e trabalhar perto do mar, pensando na qualidade de vida. Essas pessoas acreditam mesmo que aquele é o melhor lugar e é muito difícil, uma hora, convencê-los a trabalhar no interior", explica Paulo Vicente, professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, escola de negócios situada em Belo Horizonte, capital situada bem distante do litoral.

Praia é bom. Porto é muito melhor
Além da praia, que por si só pode incidir muito pouco nos negócios, ma menos que estes estejam relacionados ao turismo, os portos são o que fazem as maiores diferenças, porque geram uma movimentação mais fluida de produtos.

"Existe uma vantagem indiscutível no transporte marítimo, porque é mais barato, bem como a produção. Hoje em dia há uma oferta muito grande de transportes marítimos e os fretes são muito baratos", afirma Pin.

Sergio Luiz Pereira, professor de supply chain y sustentabilidade da BSP, "de todos os sistemas de transporte que o homem já inventou, o marítimo é de longe o mais eficiente em relação ao custo de energia por tonelada transportada. Desse modo, os portos são elementos orgânicos fundamentais para o desenvolvimento da economia, porque são as portas e entrada e saída de matérias primas e produtos", afirma Vicente.

"Muitas companhias preferem estar perto do mar ou de um porto fluvial (em rios), porque é mais barato o recurso logístico. Também interfere se essas empresas exportarem algum produto", complementa Vicente.

Assim, segundo o último ranking 2010 elaborado pela AmericaEconomia, as melhores cidades para se fazer negócios na América Latina", as qualificadas no topo foram Miami, Santiago do Chile, São Paulo, Cidade do México, Rio de Janeiro e Buenos Aires. De todas, Miami e Rio têm mar e Buenos Aires tem porto.

O clima dos negócios não é afetado pelo mar
O que acontece é que as cidades costeiras e turísticas acabam sendo mais atrativas para os executivos globais, que mudam de cidade com frequência. No entanto, Pereira acredita que assim como o rio de Janeiro tem fama mundial como a Cidade Maravilhosa, isso não significa que São Paulo não se projete como cidade turística, mesmo sem ser litorânea.

"Nem todas as cidades costeiras têm uma boa infraestrutura de estradas e rede ferroviária. Portanto, é urgente que o governo brasileiro e também o setor privado invistam não só na modernização dos portos, mas em todo o modelo de infraestrutura de transportes", diz Pereira.

"Também é importante o respeito à institucionalidade, porque quando se resolve fazer negócios, as perspectivas são de longo prazo e espera-se que as regras do jogo não mudem abruptamente", acrescenta Enzo Defilippi, profesor da Escola de Pós-graduação da Universidade do Pacífico do Peru.

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