quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A ideia de auto suficiência em petróleo virará história

Por Reginaldo Gonçalves, www.administradores.com.br

Presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, afirma que as ações da empresa não darão retorno tão cedo ao investidor e, com isso, cria uma expectativa negativa para quem é investidor e aqueles que poderiam vir a ser futuros investidores.

A queda de 23,5% das ações em um ano pode estar identificando um outro fator que é importante. Perceberam que o Pré-Sal somente começará a gerar os primeiros frutos dentro de seis, sete anos, em média, em virtude das dificuldades de sua retirada e dos altos investimentos necessários a serem efetuados.

Essa observação já tinha sido colocada por especialistas na área que hoje, pelo preço negociado do petróleo, não compensa a exploração do Pré-Sal. O produto e seus derivados sairia mais caro para compensar tal investimento.

O fato é que estamos em uma crise emergente entre os Estados Unidos e a região do Euro e, para justificar tal investimento, haveria a necessidade de aumento do combustível internamente no país, gerando outros impactos, como a aceleração da inflação. Percebe-se que já existe um desgaste entre a presidenta Dilma Rousseff e Gabrielli.

O petróleo é uma commodity e, com isso, o preço internacional poderá ficar mais barato, não justificando a exploração nesse momento do Pré-Sal. A política governamental está novamente impactando em decisões estratégicas da empresa, prejudicando seus negócios e acionistas. Existe uma forte pressão da partilha do Pré-Sal pela distribuição de sua arrecadação aos diversos Estados da Federação. Outra característica é o impacto ambiental que, em momentos de crise, vai para dentro da gaveta. Como pensar sustentabilidade com política? Algo complexo a ser resolvido.

Reginaldo Gonçalves – é coordenador de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.

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