quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A importância da logística como fator de competitividade

Para que haja crescimento e entendimento em função das mudanças de mercado e das operações logísticas, é importante que o profissional da área busque o seu desenvolvimento pessoal e intelectual.


Por Adm. Tony Moreira dos Santos , www.administradores.com.br

Pode-se observar hodiernamente que no meio empresarial a expressão logística ganha mais entonação e relevância nas conversas diárias. Alguns fatores elucidam essa tendência. Em primeiro lugar, a preocupação com os custos organizacionais e/ou industriais. Em segundo lugar, é premente a competição pelo mercado, posicionamento frente aos consumidores, necessidade de garantir prazos de distribuição e oferecimento de um nível satisfatório de serviço. Em terceiro lugar, a preocupação com a absorção das crescentes oportunidades de operações econômicas no mercado internacional. Em último lugar - não menos importante -, os fatores como personalização e diversificação de produtos, tecnologias, exportações e investimentos em P&D. Todos estes fatores corroboram para o desenvolvimento de estratégias que poderão promover a modernização e a eficiência das operações de logística nas empresas brasileiras.

Para que haja crescimento e entendimento em função das mudanças de mercado e das operações logísticas, é importante que o profissional da área busque o seu desenvolvimento pessoal e intelectual. Sempre que possível, participando de congressos, fóruns, cursos, treinamentos e benchmarking no que tange a práticas e aplicações diversas na área de logística. A relevância que se tem atribuído à área de logística faz com que as empresas invistam cada vez mais em CDs (centros de distribuição), edificações e/ou readequações de layouts, equipamentos de movimentação, operação, armazenagem, softwares de gestão, roteirização e consultoria especializada. Todos esses investimentos imprimem o objetivo de se tornarem empresas cada vez mais competitivas e com uma performance de custo baixa. A mesma relevância torna-se trivial no cerne de garantir a disponibilidade de produtos e materiais nos mercados e pontos de consumo com a máxima eficiência, rapidez e qualidade.

As ações e decisões dos gestores de logística e de suas respectivas organizações devem ser de forma deliberada e planejada. Deve haver planejamento de toda a cadeia logística e conhecimento dos gaps de atendimento do mercado, com o intento de evitar problemas nesses quatro grandes processos/fluxos:

- Níveis de serviços aos clientes;
- Localização das instalações;
- Decisões sobre estoques;
- Decisões sobre transporte

Nesses processos são evidentes as adequações do custeio ABC (Activity Based Costing) para as atividades, ou seja, correlacionar e imprimir esforços nas etapas onde estão inseridos os maiores vazamentos ou oportunidades para reduções de desembolsos.

Com o planejamento de longo prazo, pode-se fomentar o crescimento e prospectar o mercado de forma a obter a maior participação no mercado de consumo. A distribuição de forma assertiva nos pontos de vendas poderá garantir a compra por meio da visibilidade dos produtos e essencialmente pela disponibilidade. Para elucidar este parágrafo será citado um exemplo para análise:

- "Uma dada empresa possui uma grande carteira de clientes e possui mais da metade da fatia de market share volume do mercado local. A mesma possui uma adequada instalação para produção e distribuição de produtos e seus estoques são adequados para realizar a cobertura de mercado. Mas, para realizar o transporte das mercadorias para os seus clientes, a empresa não é devidamente eficiente".

Neste exemplo não entraremos no âmbito dos impactos sobre o branding equity (o valor marca) e lealdade, mas com a ineficiência do transporte citado anteriormente a empresa irá degringolar no mercado em função da perda de volume. Os clientes irão comercializar e consumidores irão comprar os produtos dos concorrentes. Se um dado consumidor possui o desejo de adquirir o produto da empresa e não o encontra, certamente irá buscar uma nova alternativa. Esse exemplo demonstra todas as etapas triviais dos processos como: nível de serviço, instalações, estoques e transportes. Mas não basta apenas a distribuição adequada, é importante que a empresa conheça o mercado e tenha métodos para dimensionar de forma adequada as previsões de demandas. Contudo, a organização poderá dimensionar as suas instalações produtivas e de armazenagem com o intento de garantir os estoques necessários para atendimento e cobertura do mercado.

O que gera custos extras de movimentação e armazenagem é a falta de planejamento de longo prazo. Ou seja, as áreas de marketing e P&D investem em novas linhas de produtos, marcas e esforços comerciais, mas as estruturas que compreendem o arcabouço logístico não acompanham o desenvolvimento das ações que visam ao crescimento do mercado. Então, para tentar atender às demandas as empresas incorrem em jornadas extras, custos com aluguéis de equipamentos, instalações e transporte. No decorrer do tempo haverá um acréscimo dos custos fixos e variáveis, o que poderá certamente prejudicar o desempenho da empresa.

Para que efetivamente a logística seja um fator de competitividade, é necessário engendrar esforços no desenvolvimento dos profissionais da área e, concomitantemente, adotar um planejamento de longo prazo no que tange ao crescimento de mercado e do seu respectivo atendimento por meio da logística.

Tony Moreira dos Santos é Administrador de Empresas, especialista em Marketing e Vendas, MBA em Logística Empresarial e Mestre em Administração. Gestor de logística da Coca-Cola e professor do Centro Universitário UNA nas áreas de Logística, Supply Chain, Planejamento estratégico e Marketing.


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