quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O melhor remédio para se ganhar musculatura empresarial

É nesse sentido que surge a Raia Drogasil, fusão na qual a Drogasil mira, sobretudo, proteger o mercado conquistado, principalmente em São Paulo.

Por Reginaldo Gonçalves, www.administradores.com.br

As grandes transformações societárias se intensificam no ramo varejista de medicamentos. Embora seja um segmento de negócios que, aparentemente, trabalha com preços sugeridos pelos revendedores e a indústria, algumas redes de drogarias unem-se para agregar sinergia, minimizar custos e aumentar o faturamento, alcançando resultados de maior eficiência aos olhos dos acionistas.

É nesse contexto que surge a Raia Drogasil, fusão na qual a Drogasil mira, sobretudo, proteger o mercado conquistado, principalmente em São Paulo. A perspectiva dessa união é a de que haja um fortalecimento do poder de fogo ante os fornecedores, principalmente dos produtos genéricos. Com relação ao CADE, muito dificilmente haverá mudanças, pois a participação no mercado de ambas chegará a cerca de 8,3%.

As duas empresas juntas têm potencial de faturamento em torno de R$ 4,1 bilhões, com cerca de 700 lojas, sendo o peso maior no mercado paulista, com a faixa de 50%. A Droga Raia, em 2010, obteve lucro de R$ 1,7milhão, com faturamento em torno de R$ 1,9 bilhão. Ou seja, a margem líquidafoi muito baixa, em torno de 0,09%, bem diferente do que ocorreu com a Drogasil, cujo lucro foi de R$ 89 milhões e o faturamento de R$ 2,1 bilhões, atingindo a margem líquida de 4,2%.

Com a fusão, espera-se que haja maior sinergia entre as organizações, mesmo porque muitas das lojas poderão desaparecer, já que, àsvezes, na mesma quadra haverá a Raia e a Drogasil. Para haver uma melhoria das duas companhias quando elas se juntarem, a sinergia não é a única alternativa, mas sim trabalhar todas as estratégias possíveis para sua manutenção no mercado de maneira sustentável, já que o resultado apurado entre as duas demonstra que a Droga Raia, a título de resultado, foi bem inferior ao apurado pela Drogasil.

A princípio, a união poderá prejudicar os consumidores finais, mas estes poderão ter alternativas com preços diferentes pelos que serão praticados por essa nova empresa. O que não poderá ocorrer é a dependência de medicações, podendo deixá-los de saia justa.

Os desafios estão no futuro e na manutenção de medidas austeras de redução de custos. Sinergia, diminuição de pontos de vendas, demissões e aquisição a preços menores de remédios e produtos aos fornecedores precisarão ter impacto significativo para que as margens da empresa ganhem musculatura e sejam melhoradas no resultado consolidado, propiciando retorno justo aos acionistas.

Reginaldo Gonçalves - é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.

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