sábado, 6 de agosto de 2011

Em busca da identidade perdida

Precisamos refletir sobre as consequências de vivermos reféns de uma sociedade modeladora.

Por Denis Mello, www.administradores.com.br

Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar. Empresto esta frase de Carlos Drummond de Andrade para iniciar uma reflexão sobre a inclinação de seguirmos padrões culturais de uma determinada época e ambiente específico, o que, ao confrontar com nossa essência citada pelo poeta, nos torna passivos e adeptos às modas e mitos que, na maioria das vezes, nem chegamos a questionar.

No mundo de "modas e mitos corporativos" não é diferente. Por exemplo, muito se fala sobre o sucesso profissional e a glória de se chegar ao topo. E o que é esse topo tão desejado? Dinheiro, poder, acesso ao consumo desenfreado? Ou alcançar a felicidade por meio de pequenas conquistas pessoais que nos recompensam com uma boa qualidade de vida?

Acredito que esses questionamentos de valores podem iniciar uma inquietação positiva em muitos jovens executivos que, ao serem seduzidos pelo canto da sereia do sucesso, se transformam em atores que representam seus mitos nos palcos profissionais e, obrigados pela pressão exterior, acabam anulando interiormente tudo o que não é confirmado pela cartilha do bom comportamento, escrita por "autoridades" da glória profissional.

Nesse processo de modelagem, entramos numa linha de reprodução em série de pessoas, de iguais, que, com a perda da identidade e espontaneidade, são incapazes de pensar, criar e inovar, pois seguem convenções e clichês. São aquelas que perderam a originalidade, uma qualidade que, segundo James Stephens, não consiste "em dizer o que ninguém disse antes, mas em dizer o que pensamos por nós mesmos".

Precisamos refletir sobre as consequências de vivermos reféns de uma sociedade modeladora que, ao impedir a autenticidade de cada um, acaba produzindo profissionais autoexigentes e ansiosos, que, independente do alto grau de dedicação ao trabalho, se sentem sempre em dívida, pois não conseguem alcançar o reino prometido àqueles que seguem as regras.

Portanto, julgo imprescindível avaliar o que podemos fazer para ajudar a quebrar esse entorpecimento diante de normas sociais e profissionais, incentivando a todos que estão ao nosso lado a inventar seus próprios caminhos.

Assim, certamente, teremos mais chances de vivenciar a trajetória feliz da busca pelo sucesso, podendo contar com parceiros profissionais realmente comprometidos em criar diferenciais que façam a diferença.

Até a Carta de setembro.

Denis Mello - diretor-presidente do FBDE | NEXION Consulting - www.fbde.com.br - Consultores e Auditores em Marketing, Vendas e Gestão Empresarial. E-mail: diretoria@fbde.com.br. Siga:twitter.com/FBDEnexion / twitter.com/denismello

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